Levantamento da Delloite mostra que 52% dos consumidores na região estão preocupados em poupar suas reservas financeiras neste fim de ano. Prudência com gastos seria por conta do momento econômico atual
O mês começou com promessa de lojas e shoppings lotados. Segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria Deloitte, 46% dos consumidores planejam fazer as compras na primeira semana de dezembro. O número está acima do registrado pela sondagem no ano anterior, quando alcançou 43%. O maior fluxo, no entanto, não significa um faturamento maior. De acordo com o mesmo estudo, metade dos consumidores no país pretende gastar menos neste ano. A cautela também atingiu 52% dos nordestinos.
Segundo Reynaldo Saad, sócio-líder para o atendimento às empresas do setor varejista da Deloitte, apesar da situação financeira mais positiva, com estabilidade de emprego e uma situação melhor do país, os consumidores brasileiros, de todas as classes socais, serão mais prudentes nas festas de fim de ano. “Estamos vivendo o pleno emprego. Os consumidores entendem que a situação econômica do país está estável e informam que a situação financeira da família está um pouco melhor. Mas consideram que o momento exige cautela.” No Nordeste, 74% querem reduzir as dívidas e 51% desejam economizar. Os índices estão um pouco acima da média do país, cuja intenção alcançou 70% e 46%, respectivamente, para essas mesmas questões.
Na opinião de Saad, o resultado do estudo reflete ainda um amadurecimento financeiro das classes C, D e E. “Depois do acesso ao consumo de bens que não tinham antes, eles começaram a perceber que poupar também é importante”, destaca. O quadro, no entanto, não indica exatamente uma queda de vendas no varejo para as vendas de fim de ano. “Existe uma cultura de consumir nos últimos meses do ano. Mas é possível que o consumidor desembolse um pouco menos”, analisa.
Desta forma, algo esperado é a escolha de presentes com preços menores, por exemplo. De acordo com o estudo da Deloitte, na comparação com os resultados do ano passado, menos pessoas pretendem gastar entre R$ 50 e R$ 100 (o percentual caiu de 33% para 27%) ou mais de R$ 100 (passou de 33% para 13%). Na outra ponta, subiu o número de interessados em presentes entre R$ 10 e R$ 30 (subiu de 21% para 36%) e entre R$ 30 e R$ 50 (de 13% para 24%).
Outro indicativo do controle dos gastos é o aumento no número de pessoas que pretendem comprar com dinheiro. Esse percentual, que era de 44% em 2001, subiu para 75%. Para desembolsar menos, o consumidor também está disposto a pesquisar mais: 55% dos consumidores planejam comparar preços antes de comprar. Tablets e celulares serão utilizados por 37% deles para fazer as compras.
Com o orçamento reduzido para o Natal, o brasileiro está também diversificando seus gastos. Segundo o levantamento da Deloitte, mesmo priorizando os presentes e as ceias (68% e 65% da amostra, respectivamente), os consumidores devem investir seu dinheiro em outros meios: melhorias ou reparações em casa ganham destaque nesta edição do levantamento, 55% afirmam querer gastar neste quesito. A faixa etária de 18 a 29 anos é a que mais deve priorizar esses reparos (60%) e o Nordeste é a região onde mais respondentes optam por essa alternativa (60%).
Veículo: Diário de Pernambuco