Consumidor está mais disposto a planejar

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Pesquisa vê risco de alta no calote .


Os consumidores da Capital estão mais dispostos a planejar melhor o orçamento familiar do que em janeiro.  o que indica a Pesquisa de Orçamento Doméstico, realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). Conforme o levantamento, 82,1% dos entrevistados em fevereiro disseram estar determinados a organizar melhor suas contas, enquanto em janeiro 65,8% demonstravam a mesma disposição. O problema é que um percentual bem mais modesto, 35,3%, garante que vai seguir a risca o orçamento proposto para fevereiro. Ainda assim, o número está acima do de janeiro, quando 22,6% garantiram seguir o que haviam estabelecido.

Este resultado pode ser o prenúncio de inadimplência, principalmente quando vem combinado com outros dados, como 49,2% que admitiram, em fevereiro, realizar compras por impulso e 58,2% que tinham compromissos financeiros com o cartão de crédito. "A combinação do planejamento frouxo, estimulado pelas compras emocionais e uso do cartão de crédito parcelado sinalizam risco de inadimplência no futuro. O empresário do comércio deve estar atento a essa atitude consciente das pessoas, que deixa de pagar contas quando a renda não cobre as despesas", adverte o economista da Fecomércio Minas, Gabriel de Andrade Ivo. Vale ressaltar que o percentual dos que compram por impulso caiu em relação a janeiro, quando atingiu 52,1%.

A pesquisa mostra que, em fevereiro, o mesmo percentual de consumidores que segue a risca o planejamento orçamentário, 35,3%, respondeu que o cumpriu parcialmente e 11,6% não deram conta de fazer o que haviam projetado. A boa notícia é que caiu de 34,2%, no primeiro mês do ano, para 17,9%, o total de consumidores que admite que não planeja de maneira alguma os seus gastos.

Corte de supérfluos - E quando as pessoas percebem que o que entrou não vai ser suficiente para pagar todas as despesas, a ação mais comum, adotada por 50,4%, é cortar na cesta de consumo, começando pelos serviços considerados supérfluos. "Elas mudam de marca ou substituem alguns produtos por outros mais baratos", explica Andrade.

Outro percentual significativo, encontrado em 23,2% das respostas, é o dos que deixam de pagar alguma conta ou prestação. Há ainda um número menor, 10,6% dos entrevistados, que realiza serviços extras para cobrir os furos. Outros (8,4%) lançam mão da poupança ou de alguma aplicação, enquanto 5,3% pegam empréstimos com parentes e 1,1% recorrem a bancos ou financeiras.

Sobre a situação financeira, 47,4% afirmam que conseguem pagar os compromissos em dia, mas não sobra nada para outras atividades. Este percentual é maior do que o encontrado em janeiro, quando 43,3% dos entrevistados estavam na mesma situação. Os consumidores que disseram planejar o orçamento, pagar o que devem e ainda guardar um pouco correspondem a 43,6% da amostra. Há um grupo menor, de 7,7%, que em fevereiro precisou recorrer ao cheque especial, cartão de crédito e outros.

Entre as despesas correntes do orçamento doméstico, os gastos com alimentação tiveram peso de 25,4% em fevereiro, frente a 22,8% de janeiro. A energia elétrica apresentou uma retração, com 15,5% em fevereiro ante 21,7% em janeiro.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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