O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve ficar próximo à estabilidade em maio, podendo ter uma ligeira variação negativa em relação a abril. A avaliação é do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), para quem, nesse período, o indicador terá uma variação semelhante a observada em abril, mês em que o indicador caiu 0,06%, após alta de 0,31% em março. No atacado, a deflação foi de 0,39%
A estabilidade prevista por Braz deve partir tanto dos preços ao consumidor, quanto daqueles apurados na construção civil. A deflação do atacado deve continuar chegando ao varejo, permitindo que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 0,52% em abril no IGP-DI, avance em um ritmo próximo a 0,30% em maio. Em março, o IPC subiu 0,72%. Entre março e abril, a maior contribuição para a desaceleração do IPC veio do grupo alimentação, que saiu de uma alta de 0,72% para avanço de 0,52%.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que subiu 0,74% em abril ante alta de 0,5% no mês anterior, pode desacelerar ou ter uma taxa próxima a 0,5%. Juntos, IPC e INCC representam 40% do IGP-DI.
Englobando os outros 60% do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) deve ser menos pressionado pelo minério de ferro, acompanhando a variação da commodity no mercado internacional, com menor demanda pelo produto, diz Braz. Ele prefere, contudo, não fazer qualquer projeção sobre o indicador.
Segundo o economista, as contribuições da safra recorde, que ajudaram os preços de soja e milho a recuar, devem diminuir. "A partir de maio, deveremos ter quedas menos intensas nos grãos e derivados, na matéria-prima bruta. Mas a queda desses preços ainda está se transmitindo para a cadeia produtiva, como em rações, óleo e carnes, que em algum momento chegarão com mais força ao consumidor. É com base nos preços do IPA que digo que os preços de alimentos no IPC vão desacelerar. Os IGPs devem convergir para uma taxa próxima dos IPCs", diz Braz, ressaltando que, no acumulado em 12 meses, os IGPs devem desacelerar.
O IPA caiu 0,39% em abril, depois de alta de 0,12% no mês anterior. As principais quedas observadas em abril pela FGV no atacado foram em milho em grão (-5,2% para -11,18%), soja em grão (-4,58% para -4,52%) e aves (-2,2% para -10,41%).
Veículo: Valor Econômico