Inflação derruba gastos do consumidor com o Dia dos Pais

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Expectativa para data comemorativa é de pior resultado de vendas desde 2010, afetado por juros e baixa no emprego


A alta do custo de vida e dos juros, além do ritmo menor de abertura de empregos formais no país, levaram o comércio a rebaixar as expectativas de vendas motivadas pelo Dia dos Pais, comemorado no segundo domingo de agosto. O desempenho dos negócios em torno da data promete ser o mais fraco dos últimos três anos, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em desaceleração, as vendas deverão crescer 4%, ante taxas bem mais animadoras, de 4,75% em 2012; 6,86% em 2011; e 10% em 2010. O levantamento, divulgada ontem, tem como base as vendas a prazo no comércio de 3 a 11 de agosto.

O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, não vê sinais de melhora dos indicadores da economia nos próximos meses . “Tivemos uma redução superior a 20% na criação das vagas formais e a inflação vem corroendo o salário das famílias”, observa. A instituição revisou as estimativas para o ano de um aumento de 6% dos negócios, projetado em janeiro, para alta de 4,5%. Na capital mineira, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL - BH) prevê crescimento mais modesto, de até 2% em relação a 2012, ou seja, 1,24 ponto percentual menor que o crescimento registrado no ano anterior. A data deverá movimentar R$ 1,82 bilhão no comércio da capital e o gasto médio dos consumidores tende a variar de R$ 75 a R$ 100.

De acordo com a economista da CDL-BH Iraci Pimenta, a expectativa de desempenho inferior ao do ano passado reflete o impacto da inflação e do endividamento das famílias sobre o consumo. “As pessoas têm o salário corroído pela alta dos preços e, assim, deixam de comprar”, afirma. Na tentativa de driblar as dificuldades, os lojistas estão apostando em promoções e liquidações antecipadas de inverno.

Aproveitar as promoções é o que pretende fazer a dentista Maria Lúcia Campolina Miranda. Diferentemente de boa parte dos consumidores, ela e o filho Lucas, de 9 anos, se antecipam para evitar o corre-corre às lojas. “Se procuramos o presente com antecedência, encontramos mais opções. Pretendo gastar R$ 100, em média, em cada presente para agradar o marido e o pai ”, conta.

Itens de vestuário e calçados devem ser os presentes favoritos dos filhos e figuram na lista dos mais vendidos. Perfumes e cosméticos, relógios e produtos eletrônicos também estão entre os mais procurados para homenagear os pais. Superando a expectativa da CDL, poucos pais sortudos deverão receber presentes mais caros. A dentista Patricia Vieira pretende desembolsar cerca de R$ 250 na compra das lembranças para ela e o filho, Henrique, de 3 anos, presentearem. “Vou gastar mais, mas o pagamento será parcelado. A compra à vista não oferece nenhuma vantagem”, revelou.

Embora a data não seja tão esperada, a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) prevê crescimento de 3%, comparado ao de 2012. Os shoppings de Belo Horizonte estão mais otimistas e apostam num crescimento entre 8% e 11% nas vendas frente ao mesmo período do ano passado.



Veículo: Estado de Minas


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