A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), mostra desaceleração da inflação, que passou de 0,26% para 0,13% entre julho e agosto. O índice menor reflete fortes quedas nos preços de alimentos no atacado, como soja e milho. Ao mesmo tempo em que mostrou taxa inflacionária mais baixa, porém, o atacado deu sinais de que a atual deflação nos preços dos alimentos no varejo está perto do fim. De forma semelhante, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de agosto, que analisa preços no varejo, também mostra recuo menos intenso no preço dos alimentos.
Salomão Quadros, superintendente-adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), diz que a taxa menor da primeira prévia do IGP-M não sinaliza, necessariamente, cenário sem preocupações para a inflação no médio prazo. Isso porque a primeira prévia, mesmo em desaceleração, mostrou aumentos expressivos de preços em itens agrícolas no atacado. Essa alta será repassada para o varejo, em algum momento. Com deflação de 0,33%, os preços dos alimentos também foram determinantes para a taxa menor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho, anunciado na quarta-feira pelo IBGE. O índice teve alta de 0,03% em julho, contra 0,26% em junho. Analistas disseram, porém, que esses preços chegaram ao "fundo do poço" no mês passado.
Na prévia do IGP-M, o recuo nos preços dos alimentos junto ao consumidor já diminuiu de intensidade, de -0,52% para -0,22%, entre julho e agosto. Na prática, a perda de força na queda dos alimentos do varejo já começa a refletir menor ritmo na retração dos preços dos alimentos in natura atacadistas, que passaram de -5,16% para -1,95% entre julho e agosto. "O auge da deflação dos alimentos in natura já passou", diz Quadros.
Também divulgado ontem, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) registrou queda de 0,02% na primeira quadrissemana de agosto, uma aceleração frente à baixa de 0,17% na última semana de julho, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). A aceleração ocorreu, principalmente, por conta da deflação menos intensa em alimentos e tarifa de ônibus urbano. O IPC-S da primeira quadrissemana de agosto mostra que os preços dos alimentos voltaram a ganhar força após oito semanas consecutivas de desaceleração. Esse grupo registrou queda de 0,11% na primeira semana de agosto, após baixa de 0,49% na última semana de julho.
Veículo: Valor Econômico