As vendas do varejo nos Estados Unidos tiveram em julho o quarto mês consecutivo de alta, mostrando que o consumo dos americanos segue ganhando força. Outros dados divulgados ontem mostram que aumentou o otimismo das pequenas empresas. No entanto, a reposição dos estoques em junho aconteceu num ritmo que decepcionou.
Segundo o Departamento do Comércio, as vendas do varejo subiram 0,2% em julho. Embora esse número tenha sido menor do que o esperado por analistas, a subcategoria que compreende apenas o "núcleo" das vendas, um indicador que é atentamente observado, apresentou elevação de 0,5% - a mais alta em sete meses.
Ao excluir itens mais voláteis, como carros, gasolina e material de construção, o "núcleo" das vendas geralmente espelha de uma maneira mais ampla o gasto dos consumidores, que responde por 70% da atividade econômica dos EUA. Desse modo, os dados de ontem sugerem que a economia pode estar ganhando ritmo e superando dois importantes obstáculos surgidos no primeiro semestre - aumentos de impostos e cortes no orçamento federal.
Para Paul Dales, economista-sênior para os Estados Unidos da Capital Economics, de Londres, o relatório divulgado pelo Departamento do Comércio está "em consonância com uma aceleração satisfatória" nos gastos dos consumidores no trimestre julho-setembro. Esses gastos, que tiveram uma alta anualizada de 1,8% no período abril-junho, podem até mesmo superar os 2,5% no atual trimestre.
"Os domicílios podem estar gastando com um pouco mais de liberdade, em reação aos recentes ganhos em empregos, preços de ações e casas, e na facilitação do crédito", afirmou Dales.
O Departamento do Comércio também anunciou ontem que os estoques das empresas mantiveram-se inalterados em junho. E a Federação Nacional dos Empresários Independentes (NFIB) informou que o índice de otimismo das pequenas empresas aumentou de 93,5 em junho para 94,1 em julho.
A TransUnion, que presta serviços de informação de crédito, anunciou uma queda na dívida dos americanos vinculadas a cartões de crédito. A proporção de pagamentos atrasados em mais de 90 dias caiu para 0,57% entre abril e junho - a menor taxa desde 1994.
Veículo: Valor Econômico