Vendas têm estagnação em Minas, diz IBGE

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Crescimento perde fôlego no ano.

O comércio varejista em Minas Gerais ficou estagnado em junho na comparação com maio, com alta de apenas de 0,1% nas vendas, enquanto no Brasil foi registrado aumento de 0,5%. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a redução no ritmo de crescimento do setor no Estado e no país. Em relação a junho de 2012, o comércio mineiro teve queda de 2,9% no mesmo mês deste ano, embora acumule crescimento de 2,6% em 12 meses. O quadro em Minas é pior do que no país, onde as vendas tiveram expansão 1,7% no comparativo entre junho e o mesmo mês de 2012 e de 5,5% em 12 meses.

No ano passado o comércio segurou o Produto Interno Bruto (PIB), com crescimento de 6,5% em Minas e de 8,3% no Brasil, resultado que vai deixar saudades. "Alguns setores importantes tiveram queda bem acentuada no Estado, como o de supermercados e o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação", ressalta o economista do IBGE em Minas, Antônio Braz. O primeiro caiu 8,8% em junho e o segundo, 12,8%. Desde abril os supermercados estão com dados negativos no acumulado de 12 meses no Estado,, ressalta o economista. Ao longo de 2013, a queda deste segmento chega a 5,3% em Minas Gerais, e está praticamente estagnada no Brasil, onde a variação de vendas nos seis primeiros meses do ano foi de 0,3%.

A hipótese mais viável para explicar este resultado, na análise de Antônio Braz, é a inflação, que tem levado as famílias a comprarem menos. As pessoas estão também mais endividadas. "O crescimento do emprego e da renda não darão mais o mesmo apoio à economia. O que observamos é o esgotamento do modelo de crescimento baseado no consumo", afirma Braz. Isso explica também a redução das vendas de equipamentos e materiais de informática e comunicação, cujas quedas chegaram a 13,3% no ano e a 8,6% em 12 meses. Como são produtos de maior valor unitário, com menos crédito disponível e juros mais altos, eles acabam sendo menos atraentes.

Em junho, seis setores tiveram redução de vendas em Minas e apenas quatro cresceram. O comércio de vestuário e calçados caiu 3,3% no mês; no de livros, jornais e revistas a queda foi de 4,8%; no de veículos e motocicletas, de 5,3%; e no segmento de material de construção, de 3,7%. Além dos supermercados e do comércio de equipamentos de informática e comunicação -, o setor de vestuário e calçados ficou estagnado (0%) e o de livros e jornais caiu 0,6% em junho, embora o primeiro esteja positivo em 2,6% e o de livros e jornais, em 1,5% no acumulado do ano.


Alta - O melhor desempenho de junho, em Minas, foi o de "outros artigos de uso pessoal e doméstico", com expansão de vendas de 8,6%, seguido por móveis e eletrodomésticos (8%), combustíveis e lubrificantes (6,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,5%). Os artigos de uso pessoal ocupam o primeiro lugar em todas as bases, com crescimento de 17,8% no ano e de 18,6% em 12 meses.

Logo atrás vêm as vendas de móveis e eletrodomésticos, que aumentaram 8,2% nos primeiros seis meses do ano e 13% em 12 meses. Já o setor de artigos farmacêuticos e médicos cresceu 4,6% e 6,9%, respectivamente, em 2013 e nos 12 meses anteriores. E apesar de terem tido um desempenho ruim em junho, os negócios de automóveis ainda acumulam expansão de 4,2% no ano e de 5,9% em 12 meses, assim como o comércio de materiais de construção, cujas vendas aumentaram 2,2% e 3,8% nos mesmos períodos.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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