Setor cresce só 3% no período; supermercados registram queda
As vendas do varejo no país cresceram 3% no primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Trata-se do pior desempenho do setor desde o segundo semestre de 2005.
Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Após dificuldades entre 2003 e 2005, o setor teve taxa de expansão alta nos anos seguintes, incentivado pela disponibilidade de crédito.
Dos 14 semestres entre o início de 2006 e o fim de 2012, em 8 as vendas se expandiram acima de 9%.
Em junho, as vendas subiram 0,5% em relação a maio.
Tradicionalmente tidos como carros-chefe do varejo, os hipermercados, os supermercados e as lojas de produtos alimentícios e bebidas em geral não se saíram bem. Houve queda de 0,4% em relação ao mês anterior e, na comparação com o mesmo mês de 2012, retração de 0,8%.
O setor de combustíveis e lubrificantes, porém, puxou para cima o desempenho das vendas do comércio varejista.
De acordo com a técnica do IBGE Aleciana Gusmão, dois motivos levaram à alta nas vendas dos combustíveis.
O primeiro é o fato de o preço do produto ter subido a um ritmo menor que o da inflação.
A técnica do instituto lembrou que, enquanto a inflação geral está em 6,7%, os combustíveis têm subido de preço a uma taxa de 3,5%.
O segundo motivo é o aumento da frota de veículos no país, decorrente principalmente da extensão do benefício do IPI (Imposto sobre Produtos Industriais) até dezembro pelo governo federal.
Essa questão pode ser observada também na venda de veículos e partes automotivas, que cresceram 0,9% em junho na comparação com maio, de acordo com a PMC.
Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, considera que "o setor varejista precisa ser movimentando como um todo".
"O Brasil cresce menos do que poderia", afirma. "O país colocou o pé no freio a partir de outubro de 2012."
Veículo: Folha de S. Paulo