CNC projeta menor alta em nove anos

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As vendas do Natal deste ano terão o menor crescimento desde 2004, segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa, divulgada ontem, indica que a previsão é de alta de 4,5% nas vendas, ante 8,1% em 2012. Há nove anos, antes da política de incentivos ao consumo, a taxa ficou em 4,3%. Também as vagas temporárias terão o menor crescimento dos últimos cinco anos, com a previsão de 122.900 novos postos, uma alta de apenas 1,8%.

A desaceleração nas projeções do varejo pode ser ainda maior com a alta do dólar. O período da pesquisa não abrangeu a trajetória cambial recente que, na última quinta-feira fez a moeda norte-americana ultrapassar a marca de R$ 2,45, maior valor desde 2008. Os setores mais expostos à variação cambial também diminuem projeções de contratações de trabalhadores temporários. Segmentos como informática e comunicação e artigos de uso pessoal projetam quedas de 0,1% e 1,1% na geração de vagas para o período natalino.

"Imaginamos uma taxa de R$ 2,25, mas as incertezas com o câmbio podem minar a capacidade dos bens duráveis de puxar o crescimento das vendas, como nos últimos anos", explica o economista responsável pelo estudo, Fábio Bentes. "Ainda podemos revisar as projeções, mas preferimos acreditar que as medidas tomadas pelo Banco Central vão surtir efeito", avalia.

A retração no consumo de bens duráveis é apontada como a principal causa da desaceleração no consumo projetada para o período de festas de fim de ano. Em janeiro, o governo revogou a isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca, o que provocou uma corrida dos consumidores às lojas no Natal. " inegável que há um tombo", explica o. "Mas em 2012 o crescimento foi artificial pelas alíquotas reduzidas do IPI."

Sem os estímulos ao crescimento e com dificuldades provocadas pelo câmbio, o setor projeta "um fechamento de ano com alta de preços e vendas baixas." O varejo, segundo Bentes, foi atrapalhado pela inflação alta no primeiro semestre, pela estagnação no mercado de trabalho e o encarecimento do crédito. "Este é um ano de esfriamento nas vendas em todas as datas comemorativas."




Veículo: Diário do Comércio - MG


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