Comércio prevê crescimento de 3,8% para o setor este ano

Leia em 2min

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima crescimento de 3,8% para o setor em 2013, que deverá ser o pior dos últimos dez anos, disse o economista da instituição Fábio Bentes. Para ele, as datas comemorativas têm sido um bom termômetro das vendas do setor nas comparações com o ano passado. “Os resultados têm sido sempre menores. No Natal do ano passado, o crescimento ficou em 8,1% e este ano vai ficar entre 4% e 5%. Não há como fugir muito disso não", analisou.

Bentes acrescentou que se o real continuar se desvalorizando, a tendência é que o patamar de previsão de crescimento seja revisto para baixo. Na avaliação do economista, o comércio sofre impacto com a alta do dólar, especialmente na área de bens de consumo duráveis, porque a elevação da moeda americana prejudica a venda desses produtos. “Vamos jogar um pouco de água na fogueira do crescimento, que já não é dos maiores. Então, vai prejudicar sim", disse.

Por causa do impacto do dólar, o economista estimou que os preços dos bens de consumo duráveis, independentemente de alta ou de queda da moeda nos próximos meses, deverão terminar o ano em aceleração. "No acumulado do ano, os preços de bens duráveis estão crescendo 3%, bem abaixo da inflação do varejo, que é 8%. A expectativa é que fechem o ano em 3,6%”, acrescentou.

Para o economista, diante de fatores negativos para o setor, a notícia boa é que, pelo menos no curtíssimo prazo, a inflação cedeu, deve continuar em patamares baixos nos próximos meses e isso deve favorecer o crescimento. “Acho que ainda existe uma janela de recuperação do nível de atividade nos próximos meses. No comércio, houve deflação no varejo em junho, o que não ocorria desde novembro de 2011. É uma boa notícia depois de vários meses de alta. Vai ser uma janela. Pelo menos até setembro, o comércio deve experimentar taxas mais altas”, disse.

Sobre as vendas do comércio, ele informou que a expectativa para julho é de um aumento de 0,7% em relação a junho. Bentes explicou que embora seja uma taxa acima da média do ano, que ficou em torno de 0,5% ao mês, não vai reverter o cenário do setor que sofreu com as altas da inflação antes das quedas das taxas. “Não será suficiente para salvar o ano do comércio. A inflação já fez o estrago”, explicou.



Veículo: Diário de Pernambuco


Veja também

Dólar alto alivia os agricultores, mas não garante festa no campo

Desvalorização cambial compensa a queda nos preços, mas pressiona o valor de insumosReceita agr&iac...

Veja mais
ViaVarejo alerta para risco de câmbio elevado ao varejo

O vice presidente de operações da ViaVarejo, Jorge Herzog, avalia que a recente desvalorizaçã...

Veja mais
Alta do dólar terá efeito diverso no 3º tri

A intensificação do movimento de alta do dólar ante o real nas últimas semanas deve ter fort...

Veja mais
Vendas de Natal vão crescer menos este ano, afirma CNC

O desempenho das vendas do varejo no Natal deste ano deve ser inferior ao do ano passado. A Confederação N...

Veja mais
CNC prevê crescimento menor de vendas no Natal deste ano

O desempenho das vendas do varejo no Natal deste ano deve ser inferior ao do ano passado. A Confederação N...

Veja mais
Intenção de consumo cai e FecomercioSP vê influência das manifestações

A onda de manifestações iniciada em julho último, na cidade de São Paulo, fez com muitas pes...

Veja mais
IPC-S avança em seis capitais na terceira semana de agosto

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou em seis das sete capitais pesquisadas pela...

Veja mais
Comércio deve vender menos

A redução do poder de compra da população, provocada pelo maior endividamento, pelo aumento ...

Veja mais
CNC projeta menor alta em nove anos

As vendas do Natal deste ano terão o menor crescimento desde 2004, segundo projeção da Confedera&cc...

Veja mais