Consumidores propensos a controlar seus gastos

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Índice subiu para 63,3% em setembro.

Os consumidores belo-horizontinos estão mais conscientes da necessidade de planejar seus gastos e evitar o endividamento. Foi o que apontou a pesquisa Orçamento Doméstico do Consumidor de Belo Horizonte, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) referente a setembro. A maioria dos entrevistados (63,3%) disse que pretende controlar seus gastos, indicando aumento em relação a agosto, com taxa de 61,8%. No entanto, a entidade observa que a intenção não resulta, necessariamente, em ações efetivas.

Segundo observa o economista da Fecomércio Juan Moreno de Deus, embora o brasileiro ainda não tenha adquirido uma cultura financeira, e consuma muito por impulso, comprometendo a renda, nota-se, nos últimos meses "que os níveis de endividamento estão melhorando". No entanto, em setembro, o índice de inadimplência foi de 6,1%, superando o resultado do mês anterior e de setembro do ano passado, ambos com taxas de 5,7%. O que, para ele, pode ser reflexo da alta dos preços no primeiro semestre.

Para o economista, mesmo sendo percebida uma ligeira evolução no comportamento do consumidor, o ciclo anual de consumo permanece praticamente inalterado. O endividamento se inicia no primeiro semestre; em agosto, setembro e outubro há um certo recuo nas compras e, com a primeira parcela do 13º salário começa o movimento para pagamento dos débitos e novo endividamento com as compras de Natal, férias e compromissos do início do ano seguinte.

A pesquisa mostrou que, em setembro, 42,1% dos consumidores têm conseguido planejar o orçamento, com alguma sobra de recursos, o que significou incremento em relação a agosto, quando essa participação foi de 39,5%.

Nesse caso de recursos excedentes, a prioridade, depois de pagamento dos compromissos financeiros, tem sido gastos com lazer. Essa é a opção de 33,1% dos entrevistados, seguidos por aqueles que optam pelo consumo (26,1%); os que investem em poupança (25,8%) e os que preferem pagar suas dívidas (11,1%). O percentual dos que preferem depositar na poupança é o mesmo dos que gastam em turismo: 2,9%.

Para aqueles cuja renda não é suficiente para cobrir todas as despesas, a ação mais adotada, com 59,8% das respostas, tem sido o corte de itens e serviços considerados supérfluos, priorizando produtos de primeira necessidade e substituindo marcas e produtos. Outros 26,7% deixam de pagar alguma conta ou prestação e 5,3% deixam de aplicar na poupança.

Para Juan de Deus, o fato de o consumidor estar mais consciente quanto a necessidade de planejar seus gastos, não significa, necessariamente, que ele consegue colocar o seu plano em ação. Segundo o economista, é preciso estar muito atento às compras a crédito, priorizando o pagamento em dia para evitar situações como o rotativo dos cartões de crédito, com juros cujas taxas ficam em torno de 10% ao mês.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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