Em Venda Nova, a Tio Sam, especializada em instrumentos musicais e eletroeletrônicos, também não alimenta boas expectativas para o Natal. "Temos que ter pensamento positivo, mas o endividamento e a inflação estão afastando os consumidores", observa a sócia da loja, Maria das Dores Silva. Segundo ela, "o governo abriu as portas do crédito, muita gente comprou sem poder, e agora já tem gente devolvendo os carros, por falta de condição de pagamento".
Em relação ao Natal de 2012, Maria das Dores não espera incremento. "Não vai ser nada diferente do ano passado, que também não foi muito bom." Nem mesmo a Copa do Mundo, no ano que vem, tem animado a comerciante. "Quem vai comprar aqui? A gente é que sai do Brasil para comprar lá fora...".
O proprietário da Total Calçados, Rafael Rocha, com uma loja em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e outras duas nas proximidades do Mercado Central, na capital mineira, também não está otimista com o Natal, embora o seu segmento seja o segundo maior em vendas nessa época do ano. "Não vai ser muito melhor do que no ano passado", avalia. Segundo ele, somente entre 2007 e 2009 foi um período bom de vendas. A partir de então, a curva foi descendente.
Inflação - Com um público formado pelas classes C e D, Rocha observa que a inflação tem sido um grande fator de desestímulo ao consumo. "O endividamento também está muito alto, pois muita gente comprou carro e financiou casa sem ter condições", lamenta. Para o ano que vem, as expectativas também não são muito positivas, mesmo com a Copa do Mundo, que promete aquecer a economia. "A Copa das Confederações, ao invés de ajudar, foi horrível para o comércio. preciso investir mais em segurança para evitar que as situações de violência se repitam", recomenda.
Já o proprietário da Arquibancada, Ewerton Starling, rede especializada em artigos esportivos, projeta um crescimento de vendas de até 23% em relação ao ano passado, considerando que será o último Natal antes da Copa. No entanto, como em 2012 houve uma queda de 13% em relação a 2011, o crescimento real deve ser de apenas 10%. "O ano passado foi ruim, pois o Mineirão estava fechado para as obras de modernização e ampliação, e o consumidor ficou desanimado", relata o empresário, que tem lojas na Savassi e em Santa Efigênia, na região Centro-Sul e em shoppings de diversos pontos de Belo Horizonte.
Veículo: Diário do Comércio - MG