Apesar das condições especiais do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra de bens de capital, o setor de máquinas não deve conseguir reverter o déficit da balança comercial em 2013. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a diferença entre as exportações e importações deve ultrapassar US$ 20 bilhões neste ano.
"O Brasil não está investindo. O bolo não está crescendo e, nossa fatia, muito menos", afirma o diretor de competitividade da Abimaq, Mário Bernardini. Segundo a entidade, no acumulado de janeiro a setembro, as exportações somaram US$ 8,9 bilhões, resultado 11,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Já as importações cresceram 7,5% na mesma base de comparação, para US$ 24,2 bilhões.
Ainda de acordo com a Abimaq, a média anual da participação dos importados no consumo brasileiro de máquinas saltou de 52%, em 2007, para 66% do total, atualmente.
A mudança de patamar do câmbio - antigo pleito da Abimaq - ainda não surtiu efeito para os fabricantes nacionais, afirma o diretor secretário da entidade, Carlos Pastoriza. "A mudança do câmbio surte efeito para nós somente no médio prazo e estamos longe de um patamar ajustado", diz o executivo. Ele explica que o atual câmbio é basicamente o mesmo de 12 anos atrás, porém, houve um aumento de 120% da inflação nesse período. "Há uma defasagem imensa que não permite que a situação melhore", diz.
O faturamento da indústria de bens de capital mecânicos também continua patinando. No acumulado do ano, o setor faturou R$ 59,3 bilhões, queda de 5,3% em relação ao mesmo período de 2012.
Já o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) do setor fechou setembro em 77,3%, uma redução de 0,6% ante agosto. No mês passado, o setor contava com 257.825 empregados, baixa de 0,4% em relação a agosto deste ano.
Dirigentes da Abimaq afirmam que o pleito do Inovar-Máquinas (pacote de incentivos para o setor) continua em negociação com o governo. "Enquanto não conseguirmos equalizar o chamado custo Brasil, pleiteamos um pacote de desonerações para nossa indústria nos moldes do Inovar-Auto", destaca Pastoriza.
Veículo: DCI