Com a perspectiva de aumento de juros para controlar a inflação, as vendas no comércio devem registrar crescimento de 4,5% neste ano e de 5,1% em 2014, valor bem abaixo da média registrada entre 2004 e 2012, que foi de 7,9%, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

No primeiro semestre deste ano, o comércio varejista registrou o pior resultado em 10 anos, conforme o economista da CNC, Fábio Bentes. Segundo ele, porém, o setor já mostra recuperação.Para Bentes, neste ano, ao contrário de 2012, o comércio varejista não está com margem para reter o aumento do atacado. " O varejo está repassando [aumento do atacado] integralmente ao consumidor", explicou o economista, acrescentando que isso acaba afetando o desempenho das vendas.

Mesmo diante desse cenário, o consumo das famílias deverá contribuir para o crescimento econômico, segundo o chefe da divisão econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas. Ele projeta uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4% em 2013 e de 2,2% em 2014.

Thadeu disse ainda que o cenário econômico atual está cada vez mais incerto e dependente dos movimentos no mercado externo, como o efeito da retirada gradual dos incentivos monetários pelo Federal Reserve (Banco Central americano) e aumento da taxa de juros norte-americana. O economista disse ainda que 2014, após os incentivos fiscais concedidos, será um ano de rigidez fiscal. A entidade projeta uma taxa Selic de 10% para dezembro deste ano e de 11% para o final de 2014.



Veículo: Valor Econômico