Fecomércio projeta crescimento inexpressivo do Estado em 2014

Leia em 2min 50s

PIB na casa dos 6% neste ano é explicado pela base fraca de 2012 em função da estiagem


Com cenário de crescimento projetado para 2014 em torno de 4,5% para o comércio e para os serviços, a perspectiva da Fecomércio-RS é de que, num contexto geral, o Estado cresça de forma “medíocre” no ano que vem, com PIB não ultrapassando 2,8%. Em relação ao resultado de 2013, o comércio gaúcho espera uma expansão de 4%. O economista Marcelo Portugal observa que, ainda que os prognósticos levantados até o mês de dezembro estimem que a economia gaúcha encerre o ano de 2013 com uma expansão de 6% no PIB, o desempenho real do Rio Grande do Sul, nos próximos dez meses, deverá ser “similar” ao deste ano.

De acordo com Portugal, a alta do índice de crescimento em 2013, é “um pouco enganosa”, pois foi calculado em cima de um período de seca que prejudicou a safra agrícola. Por isso, pondera que é preciso levar em consideração que boa parte do desempenho da economia gaúcha do ano que se encerra está associada a um “efeito estatístico”.  “Estamos crescendo tão pouco quanto no ano passado, e a previsão é de que o desempenho seja o mesmo em 2014”, adverte.

O economista avalia ainda que nos próximos anos será preciso “atacar” fatores estruturais para acelerar o desempenho da economia gaúcha, a fim de que o Estado saia deste patamar de crescimento inferior a 3% do PIB ao ano. Nesse sentido, menos cobrança de impostos, mais investimento em infraestrutura e em qualificação de mão de obra (com investimento em educação) estariam no topo da lista de demandas junto ao Poder Público.

Ao fazer um balanço do ano que passou, Portugal apontou que a estratégia do governo federal de colocar o Estado como indutor do crescimento não surtiu efeitos na economia. “O PIB brasileiro cresceu 2,7% em 2011, 1% em 2012 e deve ficar pouco abaixo de 2,5% em 2013”, argumenta. Mesmo assim, segundo a projeção da Fecomércio-RS, o crescimento do Rio Grande do Sul em 2014 ainda se sobressairia ao restante do País, cuja previsão de aumento na economia é de 2,5%.

O presidente da entidade, Zildo De Marchi, avaliou que o lado positivo é que a economia do Estado de um modo geral deve contar com um ano bom, uma vez que estará estabilizada, com pleno emprego. “A indústria já está crescendo e está melhor equipada de máquinas e talentos. Se a safra de 2014 for positiva, não há dúvida que o crescimento será mantido de forma modesta, mas positiva.”

De Marchi aponta que se por um lado o comportamento do PIB gaúcho em 2013 foi explicado pela agropecuária que, diante da seca de 2012, apresentou taxas de crescimento muito elevadas, quando se analisam os demais setores, verificou-se que Brasil e Rio Grande do Sul tiveram desempenho semelhante. “Em ambos os casos, as vendas do comércio foram superiores à produção física da indústria, como tem ocorrido sistematicamente nos últimos anos.” Portugal pondera que essa diferença está diminuindo: “o comércio vem desacelerando, enquanto a indústria ensaia, ainda que timidamente, um processo de recuperação, que deve continuar em 2014.”

Enquanto isso, a Selic, que fecha o ano na casa dos dois dígitos (10%) ainda deve se elevar em 11% nos próximos 12 meses, segundo estimativa da entidade.




Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Cenário para o varejo no próximo ano é de cautela

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) projeta um cenário de c...

Veja mais
Movimento do comércio em todo o país teve expansão de 2,60% em novembro

As vendas no varejo cresceram 2,60% no mês de novembro ante novembro de 2012, comunicou ontem a Confederaç&...

Veja mais
Alimentos têm alta de 9,2%

Preparar uma farta ceia de Natal ficará em média 9,2% mais caro este ano. O percentual é calculado ...

Veja mais
Preços dos alimentos perdem força e ajudam a reduzir pressão inflacionária em SP

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econ&oci...

Veja mais
Alimentos devem ter menos peso nos preços do atacado

Os Índices Gerais de Preço (IGPs) devem sofrer uma pressão menor dos alimentos no próximo an...

Veja mais
Inflação aumenta em quatro capitais, mostra FGV

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas (...

Veja mais
Otimismo predomina no interior de Minas Gerais

A Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) realizou pela primeira ...

Veja mais
Mercado reduz estimativa para inflação ao final deste ano

A projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amp...

Veja mais
Preços no varejo on line tem lucro em novembro, diz Fipe

Os preços de produtos do comércio eletrônico registraram alta média de 1% no mês de nov...

Veja mais