Balanços preliminares da Serasa indicam frustração em SC
Crédito restrito, confiança em baixa, juros em alta e dólar mais caro levaram os brasileiros a reduzir o consumo neste Natal, a principal data do ano para o comércio. Balanços preliminares da Serasa Experian indicam o pior desempenho em 11 anos no país.
No Estado o volume de vendas em relação ao ano passado caiu 2,1% – o pior desempenho em 10 anos –, contrariando as projeções de crescimento de 2% da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC). Em Blumenau, a Câmara de Dirigentes Lojistas vai fechar os dados sobre o movimento no comércio apenas na próxima semana.
De acordo com o empresário Sergio Medeiros, presidente da FCDL/SC, o poder de compra foi corroído pela inflação, o que determinou o resultado ruim:
– O consumidor está assustado.
Ele destaca ainda que o monitoramento da FCDL mostrou que as vendas de eletrodomésticos foram uma das mais atingidas.
– As pessoas talvez estejam esperando pelas tradicionais liquidações pós-Natal, o que explicaria a queda.
Comércio deve fechar o ano com o menor crescimento em uma década
Tais fatores, somados ao alto endividamento das famílias, provocaram uma desaceleração depois do forte ritmo registrado nos últimos anos. Até então o consumo vinha se mantendo como o principal vetor de crescimento da economia brasileira.
O fraco desempenho no Natal confirma previsões de que o comércio deva fechar o ano com o menor crescimento em uma década. Segundo a Serasa, as vendas do varejo subiram 2,7% de 18 a 24 de dezembro, o menor percentual desde quando o dado começou a ser medido, em 2003. A média anual de crescimento no período foi de 7,55%.
Dados da Boa Vista Serviços também indicam perda de ritmo. O crescimento foi de 2,5%, ante os 4,5% registrados em 2012. Não há dados históricos para o indicador. Os balanços das duas empresas são feitos com base nas consultas dos varejistas aos bancos de dados disponíveis sobre os consumidores.
Nos shoppings, as vendas tiveram um incremento de 5%, o menor ritmo dos últimos cinco anos, segundo a Alshop (associação do setor). Para o presidente da entidade, Luiz Augusto Idelfonso, a desaceleração veio para ficar.
Veículo: Jornal de Santa Catarina