Vendas na Capital derrapam em abril

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O feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes fez o mês de abril ter dois dias úteis a menos do que em 2013, o que prejudicou o resultado das vendas à vista e a prazo no varejo da Capital paulista. No entanto, beneficiou os indicadores de inadimplência. Ao excluir o efeito-calendário, as vendas crescem de forma moderada. É o que mostra o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Em abril, as vendas a prazo medidas pelo Indicador de Movimento do Comércio a Prazo caíram 7,8% na comparação com março. Em relação a abril de 2013, as vendas a prazo tiveram um recuo de 5%. O efeito-calendário fez com que houvesse um êxodo de paulistanos e isso refletiu no comércio de itens de menor valor – geralmente pagos à vista –, e medidos pelo Indicador de Movimento de Cheques, que teve redução de 12,9% em abril sobre o mês de março. Na comparação com abril de 2013, as vendas à vista caíram 8,7%. "Os indicadores de vendas de abril não podem ser considerados uma tendência para todo o ano de 2014 pois foram influenciados por um efeito-calendário atípico, que juntou dois feriados", lembra Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

Emilio Alfieri, economista da ACSP, avalia que, excluindo o efeito atípico de um abril com menor número de dias úteis, as vendas de forma geral cresceram moderadamente nos primeiros quatro meses deste ano e em um período de 12 meses. As vendas a prazo subiram 1,5% de janeiro a abril deste ano na comparação com igual período de 2013. A elevação das vendas a prazo foi de 1,8% no acumulado de 12 meses sobre igual intervalo do ano anterior. Esta categoria tem sido puxada pela maior procura por TVs para a Copa do Mundo, além de smartphones e tablets.

Já as vendas à vista tiveram um incremento de 1,4% de janeiro a abril deste ano sobre o primeiro quadrimestre de 2013. Em 12 meses, a alta das vendas à vista foi de 0,9%, em relação a igual período de 2013. Esse segmento tem sido ancorado pelos gastos do consumidor com vestuário, perfumaria e em supermercados.

"O aumento das vendas está em ritmo fraco em razão da alta dos juros, da desaceleração do crédito e da queda da confiança do consumidor", explica Amato. Segundo ele, a queda na confiança se deve às alterações climáticas, que já provocaram o aumento do preço dos alimentos e, agora, trazem incertezas quanto ao abastecimento de água e de energia elétrica.

Inadimplência – A boa notícia do balanço de abril para o varejo foi que a inadimplência segue em queda. No mês passado, o Indicador de Registro de Inadimplentes (IRI) recuou 11,3% sobre março. Esse indicador mede a entrada de novos registros de consumidores inadimplentes. A redução do IRI em abril foi maior do que a do Indicador de Recuperação de Crédito (IRC) – que mede os acordos feitos entre inadimplentes e empresas, que recuou 2,1% sobre março.

Na comparação de abril deste ano com igual mês do ano passado, o recuo na inadimplência foi de 7,8%. Na recuperação de crédito, a queda foi de 6,8% no mesmo intervalo de comparação. "O cenário é favorável em razão da concessão mais rigorosa de crédito pelas lojas e financeiras – e também porque a cautela do consumidor leva a um consumo mais consciente, maduro e ponderado do consumidor ante a tomada de crédito", conclui Amato.

As quedas acentuadas mostram não só um cenário de menor concessão de crédito e de cautela pelo consumidor, mas também o efeito-calendário, que afetou as vendas no mês passado. Isso porque nos primeiros quatro meses do ano, o indicador que mede a inadimplência cresceu 1,9% sobre igual período de 2013. Já a recuperação de crédito subiu 2,3% no quadrimestre sobe o mesmo intervalo de 2013.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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