Negócios no varejo em retração

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Impactos de medidas tomadas pelo governo federal, como a elevação dos juros, afetam o setor

As vendas do comércio de Minas Gerais cresceram 0,6% em março frente fevereiro. Porém, na comparação com o mesmo mês de 2013, o desempenho do varejo mineiro caiu 1%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em análise que considera um período maior, a pesquisa também mostrou que o desempenho do comércio varejista do Estado está pior do que a média nacional. Enquanto no Brasil as vendas do varejo cresceram 4,5% nos últimos 12 meses, em Minas, o aumento foi menor, de 1,8%.

Para o analista e economista do IBGE Antônio Braz de Oliveira e Silva, essa diferença mostra que os impactos de medidas que vêm sendo tomadas pelo governo federal, como a elevação dos juros, têm afetado de forma mais negativa o comércio mineiro. Além disso, ele destaca que o desemprego tem crescido na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o que também interfere no consumo das famílias.

Conforme já divulgado pelo próprio IBGE, a taxa de desemprego na RMBH chegou a 3,9% em fevereiro, a mais baixa da série histórica, iniciada em 2002, para o mês, ficando abaixo da média nacional, que encerrou o segundo mês de 2014 em 5,1%, também recorde para o período.


Automotivo - Além disso, Silva explicou que o desempenho negativo das vendas de importantes setores para o comércio do Estado, como o segmento automotivo, colaboraram para que Minas tivesse um desempenho pior do que o do Brasil na análise dos últimos 12 meses. " difícil apontar um fator que levou a essa diferença de desempenho das vendas estaduais e nacionais, mas todos estes fatores impactaram mais em Minas", disse.

De acordo com a pesquisa do IBGE, somente no acumulado deste ano até março, as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças no Estado caíram 13,4% em relação ao mesmo período de 2013. A queda nos últimos 12 meses é de 6,9%. E, só em março, a retração foi de 26,6% em relação ao igual mês do exercício passado.

Por outro lado, as vendas de eletrodomésticos cresceram. Nos últimos 12 meses findos em março, o crescimento foi de 9,2%. No acumulado do trimestre, a evolução frente ao mesmo intervalo de 2013 é de 9,7% e de 4,3% na comparação de março contra igual mês um exercício antes.

As vendas no segmento de combustíveis e lubrificantes também cresceram, neste caso, 5,7%% nos últimos 12 meses até março contra o mesmo período anterior. Na comparação de março deste ano frente igual mês de 2013, alta foi de 5,6%, de acordo com os dados da pesquisa do IBGE. Na comparação trimestral, a evolução em 2014 foi de 6,8%.

A pesquisa mostrou ainda que o setor de tecidos, vestuário e calçados registrou queda nas vendas. Em março, o volume comercializado caiu 4,3% ante igual mês de 2013. Nos últimos 12 meses, porém, houve evolução de 1,1% em relação ao igual período anterior. No trimestre também houve aumento, de 2,9%.


Móveis - As vendas do varejo para o segmento de móveis caíram 12,7% em março contra as de igual mês de 2013. E, na comparação dos últimos 12 meses, ficaram praticamente estáveis. Para os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, houve retrações em ambas as comparações, de 19,9% e 14,4%, respectivamente.

O cenário das vendas do varejo ampliado é ainda pior porque também consideram os setores de veículos e material de construção, além dos outros segmentos que compõem o comércio. Enquanto o Estado registrou queda de 1% nos últimos 12 meses findos em março ante os 12 meses anteriores, houve crescimento de 3,2% nas vendas em todo o Brasil.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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