Para 47% dos entrevistados em abril para o Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de SP, situação financeira vai melhorar, ante 55% há um ano e 60% há 2 anos; INC geral ficou estável ante março (138 pontos), segurado pelas regiões de agronegócio
Em abril, o consumidor brasileiro se mostrou mais pessimista do que no mesmo período de 2013 e 2012 no que se refere à sua situação financeira futura e sua segurança no emprego. A informação está no Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), elaborado pelo Instituto Ipsos.
Os pesquisadores perguntaram se os consumidores achavam que sua situação financeira iria melhorar e 47% disseram "sim". Essa situação é estável ante março (48%) mas em abril de 2013 a parcela era de 55% e, em abril de 2012, eram 60%. "Essa piora em relação aos anos anteriores decorre do período de estiagem, que eleva o preços dos alimentos e traz incertezas quanto ao abastecimento de água e energia elétrica", afirma Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Em abril, 35% dos entrevistados responderam que se sentiam seguros no emprego, ante 37% em março, 44% em abril de 2013 e 45% em abril de 2012. "Portanto, a segurança no emprego caiu apesar do índice oficial de desemprego estar baixo", observa Amato. Também chamou a atenção no INC o número de pessoas conhecidas dos entrevistados que perderam o emprego: em abril, a média de pessoas conhecidas que perderam o emprego era de 4,2, ante 3,6 em março e 2,9 há um ano. A razão é que a economia tem crescido pouco e o ritmo de criação de vagas de emprego vem desacelerando.
INC puxado pelo agronegócio
De uma forma geral, o INC foi de 138 pontos em abril - estável ante março (137). Em abril do ano passado, o INC era de 156 pontos.
Nesse último mês, seguraram o índice as regiões beneficiadas pelo bom desempenho do agronegócio. No grupo de regiões Norte/Centro-Oeste, o índice saltou 14 pontos: foi de 164 pontos em março para 178 em abril. No Sul subiu 10 pontos, passando de 154 pontos em março para 164 em abril. No Nordeste, o índice teve pequena oscilação, crescendo 3 pontos (de 120 para 123). Já no Sudeste o INC ficou em 134 pontos ante 137 em março, afetado pela estiagem.
Nas 9 regiões metropolitanas, o INC caiu de 150 pontos em março para 137 em abril. Nas capitais o índice ficou estável (131 pontos). E no interior houve um salto (137 pontos para 143 em abril), puxado pelo agronegócio. "Apesar de o consumidor não acreditar na melhora de sua situação financeira a curto prazo, as regiões ligadas ao agronegócio (Norte, Centro-Oeste e Sul) sustentaram a confiança nacional em abril", declara Amato.
Inflação de alimentos derruba confiança
A alta da inflação dos alimentos fez despencar o INC na classe DE, de 121 pontos em março para 114 em abril. Essa é a classe mais suscetível a essas oscilações de preços.
A classe C ainda é a mais otimista - e o INC subiu de 143 pontos em março para 148 em abril. Na classe AB o cenário é de estabilidade, com 123 pontos em março e 122 em abril.
Situação financeira atual
A parcela de entrevistados em abril pouco oscilou no que refere à situação financeira atual. Em abril, 47% definiram que sua situação financeira atual era boa, mesma porcentagem de março e três pontos a menos do que em abril de 2013 e de 2012.
Compras
Em abril, 39% dos consumidores estavam à vontade para a compra de eletrodomésticos, contra 38% em março, 49% em abril de 2013 e 50% em abril de 2012. Os brasileiros também estão menos propensos a adquirir bens de grande valor (como casas e carros): 40% estavam menos à vontade em abril e 27% estavam mais à vontade. Há um ano essas parcelas eram de 30% e 38%, respectivamente.
Essas alterações se devem às altas taxas de juros, encarecendo o crédito. Há um ano, os juros estavam mais baixos e, portanto, o cenário era mais favorável para esse tipo de compra. "O consumidor está evitando comprar a prazo, prefere as compras à vista", ressalta Rogério Amato.
O Instituto Ipsos utiliza uma amostra probabilística com cota representativa do eleitorado a respeito de sexo, idade, educação, PEA (População Economicamente Ativa) e região. Foram feitas mil entrevistas em todas as regiões brasileiras entre os dias 17 e 29 de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Associação Comercial de São Paulo