BNDES amplia linhas, mas eleva juro médio de financiamentos

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reformulou seu pacote de oferta de crédito. O juro médio ficou mais alto, mas em compensação há mais dinheiro para emprestar. Foram alteradas regras de empréstimos para investimentos e para concessão de capital de giro, mas uma das principais novidades é a possibilidade de financiamento de ônibus e caminhões usados. As novas regras valem até 31 de dezembro deste ano. Com essas alterações, o BNDES deve aumentar entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões o volume de operações de crédito, informou o presidente do Banco, Luciano Coutinho.

 

No ano passado, o BNDES movimentou R$ 92 bilhões em crédito. "Estamos preparados para chegar a R$ 110 bilhões, R$ 115 bilhões, até R$ 120 bilhões este ano", admitiu Coutinho. É um valor distante dos R$ 166 bilhões que foram citados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando foi anunciada decisão de realizar um aporte de R$ 100 bilhões ao BNDES com recursos do Tesouro Nacional, no mês passado "os R$ 166 bilhões representam um limite teórico, que inclui parte de 2010", disse Coutinho.

 

Em média as taxas do Banco ficaram 0,17 ponto percentual mais altas. O juro médio salta de 8,34% para 8,51% ao ano. Isso porque em várias linhas passa a valer a Taxa de Juros do Tesouro Nacional (TJTN), de 8,75% - que reflete o custo de captação com títulos do Tesouro e é mais cara que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6,75%, que vigorava anteriormente. Linhas de financiamento aos investimentos foram as mais atingidas.

 

Sobre a linha PEC, de capital de giro, foram ampliadas as garantias aceitas. Antes valia apenas a fiança bancária. Agora, valem garantias reais, hipotecárias e até fiança pessoal dos controladores. O limite de operação saltou de R$ 50 milhões para R$ 200 milhões por tomador. Segundo Coutinho, a taxa da PEC foi reduzida em 1,55 ponto percentual, gerando um custo final de 15%, com fiança bancária. Há R$ 6 bilhões, só para essa modalidade.

 

Na prática, isso representa juro de pelo menos 18% ao ano, considerando o repasse dos recursos por meio de outras instituições financeiras. O prazo para o pagamento vai de 13 para 36 meses. Foram alteradas regras da linha que oferece até 30% de capital de giro em relação ao recursos destinados a investimentos. Foi ampliada a lista de atividades consideradas como investimento, o que automaticamente aumenta as possibilidades de crédito para capital de giro. Mas o juro ficou mais caro. Antes era cobrada a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) + 2,5%. Agora passa a valer a Taxa de Juro do Tesouro Nacional (8,75% ao ano) + 2,5%.

 

O financiamento ao investimento e a bens de capital passa a contemplar até 80% do valor do projeto, contra limite anterior de 60%. A taxa final do BNDES é de 11,25% ao ano. O Finame passa a financiar até 100% do valor de máquinas e equipamentos, frente limite anterior de 80%. No Finame Leasing, o limite anterior era de 60% e salta para 100%. Fica também aberta a possibilidade de financiar bens usados. A linha de crédito para a compra de caminhões e ônibus novos passa a financiar o valor total do bem, contra limite anterior de 80%. "O mix de taxas é um pouco mais caro, mas abre a possibilidade de financiar 100%", disse Coutinho.

 

Foi criado programa de apoio à aquisição de caminhões e ônibus usados, com taxa de 13,75% ao ano. As unidades devem ter, no máximo, oito anos. Também houve redução das linhas de financiamento ao pré-embarque, nas exportações. Para bens de capital, a taxa caiu de 13% para 11,25% ao ano. Para bens de consumo, a queda foi de 15% para 13,75%. A linha de empréstimo-ponte (enquanto não aprovado em definitivo um projeto) caiu de 14,25% para 13,75%.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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