Intenção de compra caiu 29%, diz pesquisa

Leia em 2min

A crise econômica derrubou em 29% a intenção de compra dos consumidores para este ano, em relação à registrada em 2008. A conclusão é de um levantamento da H2R Pesquisas Avançadas feito em janeiro com 450 pessoas das classes A, B, C e D, em São Paulo.

 

Para Rubens Hannun, diretor da H2R, o resultado é consequência da queda da confiança do comprador provocada pela crise. "O consumidor está pensando mais antes de comprar", afirma.
Os pesquisadores perguntaram aos entrevistados em quais setores eles pretendiam gastar neste ano. Em todos as áreas, houve retração na intenção de gastos na comparação com o ano passado.

 

O setor mais afetado foi o moveleiro -a intenção de comprar móveis caiu de 53% dos consumidores para 27%, entre 2008 e 2009. Em seguida, está o setor automotivo, com queda de 39% para 18%.
Apesar de a retração ser generalizada, Hannun afirma que os itens que ficaram no topo da intenção de consumo se mantiveram na liderança neste ano. "Não houve mudança de prioridades na hora de gastar."

 

Os cortes de consumo, no entanto, foram mais intensos entre as pessoas das classes A/B do que das classes C/D, afirma Hannun. Para ele, a principal justificativa é que as famílias de maior poder aquisitivo possuem mais informações sobre a crise e, por isso, estão mais receosas em gastar.
Um exemplo é a intenção de viajar a passeio dentro do Brasil, que caiu de 79% para 63% entre os consumidores da classe A/B. Na faixa de renda C/D, a retração foi menor -de 58% para 50%.

 

A H2R também mapeou a intenção dos paulistanos em investir, durante este ano. O resultado mostrou que 47% deles pretendem depositar recursos em algum investimento neste ano, contra 64% em 2008. Entre os que querem sacar valores investidos, o percentual subiu de 22% para 23%.
Para Hannun, o resultado significa que as pessoas vão cortar gastos e, mesmo assim, não terão disponibilidade para investir. "Os consumidores estão sentindo que não haverá dinheiro na mão neste ano."
Hannun afirma, no entanto, que o comportamento do consumidor pode mudar ainda em 2009 se a economia começar a apresentar dados positivos.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Cesta básica mais barata

O preço da cesta básica da cidade de São Paulo caiu 0,47% na semana entre 6 e 12 deste mês, p...

Veja mais
Restrição a linhas de crédito do BNDES persiste, diz CNI

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse, ontem, que ...

Veja mais
Confiança do consumidor volta depois de queda

Influenciados pela queda dos índices de inflação e medidas pontuais do governo federal para estimul...

Veja mais
Mastercard quer manter expansão de dois dígitos na América Latina

Richard Hartzell, atual presidente da Mastercard para América Latina e Caribe, desembarcou no País pela pr...

Veja mais
Governo usa seguro-desemprego para conter aumento das demissões

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, anunciou ontem três medidas para evitar as demissões no merc...

Veja mais
Juro ao consumidor cai, diz Procon

As taxas de juros praticadas no empréstimo pessoal e no cheque especial voltaram a apresentar reduçõ...

Veja mais
A aposta do Brasil no G-20 financeiro

O Brasil tem sinalizado a "máxima determinação" para que o encontro de cúpula do G-20 em abr...

Veja mais
BNDES amplia linhas, mas eleva juro médio de financiamentos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reformulou seu pacote de oferta de crédito. ...

Veja mais
BC injetou US$ 61 bi para segurar câmbio

As intervenções do Banco Central, na tentativa de "segurar" a alta do câmbio, já somaram US$ ...

Veja mais