O Índice de Atividade do Banco Central revela que 2015 teve o pior janeiro desde 2012, quando a atividade apontou uma retração de 1,4% ante o mês anterior
O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) revela que 2015 apresentou o pior começo de ano para a economia desde 2012, quando teve retração de 1,34% em janeiro, na margem, com ajuste sazonal. No primeiro mês de 2015, o indicador apresentou baixa de 0,11% ante dezembro. No entanto, a queda de três anos atrás foi fortemente influenciada por uma base alta de comparação e agora, o recuo, é observado pela segunda vez consecutiva. O BC revisou a queda do ultimo mês de 2014 de 0,55% para 0,57%.
No ano passado, o IBC-Br subiu 1,11% na margem em janeiro e, no ano anterior, 0,63% no mesmo período. Todos os dados são citados pela série dessazonalizada. O indicador serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os componentes estão a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), que subiu 2%, e a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que teve alta de 0,6% no primeiro mês de 2015.
Por outro lado, o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica, também divulgado ontem, mostrou que a economia brasileira registrou alta de 0,4% em janeiro na comparação a dezembro, já considerados os efeitos sazonais
No caso deste índice, após três meses de queda, esta foi a primeira alta do PIB Mensal, como é conhecido. "A alta mensal em janeiro foi pontual e não reverte o quadro de estagnação que vem caracterizando o ambiente conjuntural da economia brasileira desde o ano passado o qual, diante das pressões oriundas das atuais políticas monetária e fiscal restritivas, não deve ser alterado no curto prazo", dizem os economistas da instituição, por meio de nota. Na base de comparação interanual, o desempenho ainda ficou no campo negativo, com queda de 0,3% ante janeiro de 2014.
No comparativo mensal, pela ótica da oferta, a indústria foi o destaque em janeiro, com alta de 1,9%. Em relação a janeiro de 2014, no entanto, o setor teve o pior desempenho: queda de 3,7%. Atenuaram o resultado as altas de 0,9% no setor agropecuário e de 1,0% no de serviços.
Já do lado da demanda, na passagem de dezembro para janeiro, houve avanço em todos os componentes: Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, de 5,8%), exportações (5,2%), consumo do governo (1,1%) e das famílias (0,1%).
A previsão do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, segundo o Relatório Focus, divulgado simultaneamente ao IBC, é de queda de 0,78%. Na semana passada, a estimativa era de -0,66%.
Regiões
O BC mostrou ainda que as economias das regiões Centro-Oeste e Sudeste foram as únicas a começar 2015 com o pé direito Essa aceleração, no entanto foi insuficiente para levar o resultado geral do País para o campo positivo. A atividade do Sudeste aumentou 0,96% de dezembro do ano passado para janeiro de 2015 e a do Centro-Oeste avançou 0,43% no mesmo período.
Já no Nordeste, o IBC recuou de 156,12 pontos para 154,33 na mesma base de comparação. O IBC-S, da região Sul, também teve queda mensal, de 0,93%. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI