Crise adia investimentos do comércio em 2015

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Pesquisa realizada pela AGV mostra que 64% dos lojistas gaúchos desistiram de investir diante do cenário econômico

 



Um levantamento realizado pela Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV) junto a mais de 26 mil empresários em operação no Rio Grande do Sul, mostrou que 64% desistiram de fazer novos investimentos neste ano.

Entre os motivos atribuídos à resistência é o aumento registrado desde janeiro nos custos operacionais pela grande parte dos varejistas (66%). Para 61%, o maior impacto foi o elevado custo da energia elétrica, 27% da alta no preço dos produtos e 10% dos impostos.

Segundo o presidente da AGV, Vilson Noer, a entidade vem alertando desde o início do ano sobre as muitas dificuldades nos próximos meses. "Mas são nessas fases da economia que surgem muitas oportunidades. Nesse sentido, nossa orientação é de voltar o olhar para dentro de sua loja, fazer gestão nos pontos de venda e perceber o que deverá se manter capitalizado. Tendo caixa, olhar para o mercado e perceber novas chances de se fortalecer."

De acordo com o levantamento, 58% dos empresários não planejam demissões de colaboradores, mas 42% pensam nessa possibilidade para driblar o momento de instabilidade. O percentual de demissões em relação ao número total de funcionários deve ser de 5% para um total de 22% dos entrevistados. Contudo, 11% dos lojistas pretendem demitir 10%, e 6% devem reduzir a equipe em 15%. Para 3%, as demissões devem ser de 20% do quadro e para 2% devem ultrapassar 20%.

A maioria dos lojistas (68%) também admite ter sentido no caixa os reflexos da greve dos caminhoneiros durante o mês de fevereiro, decorrente da alta dos impostos e do preço dos combustíveis. Em 60% dos estabelecimentos comerciais contemplados na pesquisa, houve desabastecimento de produtos, enquanto 40% dos respondentes não apresentaram falta de itens para venda.

Sendo o varejo o grande elo da economia, Noer avalia que poderá haver um grande alento nos próximos meses em razão dos recordes de safras agrícolas. A venda de bens duráveis, como automóveis, eletrodomésticos, equipamentos e maquinas devem ser beneficiadas, fazendo com que o varejo consiga manter os empregos nas regiões voltadas para a produção.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo comércio gaúcho em um período de queda nas vendas, a maioria dos lojistas do Rio Grande do Sul (90%) está em dia com o pagamento dos impostos.

Cerca de 52% dos participantes da pesquisa realizada pela AGV estão localizados nas regiões Centro Oriental e Centro Ocidental do Estado, 16% na Região Metropolitana e 16% no Noroeste. Já 12% dividem-se entre o Sudoeste gaúcho e o Sudeste. E 5% representam o Nordeste do Rio Grande do Sul.
Cheques devolvidos em fevereiro representaram 2,15%, o mais alto percentual desde 2009

A proporção de cheques devolvidos pela segunda vez por falta de fundos em relação ao total movimentado subiu para 2,15% em fevereiro. O percentual é o mais alto para o mês desde 2009, quando a devolução representou 2,27%. O resultado representa um avanço se comparado a janeiro de 2015 (2,02%) e a fevereiro de 2014 (1,95%), segundo dados divulgados da Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

Apesar do avanço na relação sobre o total de cheques em circulação, o número absoluto de cheques devolvidos teve retração de 3,6% (1.131.476) na comparação mensal, enquanto o número de movimentados caiu 9,2% (951.597.200). Este movimento favoreceu a elevação do percentual no período.

Já no acumulado dos dois primeiros meses do ano, houve retração de 4,3% nas devoluções e de 14,6% no número total de cheques movimentados. Neste período, os cheques devolvidos de pessoas físicas recuaram 6% ao passo que os de pessoas jurídicas registraram acréscimo de 0,4%.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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