Economista ensina como driblar a inflação

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Itens como os alimentos e bebidas já acumulam variação de 8,99% no Brasil e 7,04% na Grande Belo Horizonte

 



A pedido da reportagem do Estado de Minas, na sexta-feira, o economista e professor de finanças Ricardo Couto, do Ibmec, acompanhou consumidores em compras numa loja de Belo Horizonte de uma grande rede de supermercados. Ele alertou os clientes sobre o que é certo e errado na hora de driblar a inflação alta deste ano. Itens como os alimentos e bebidas já acumulam variação de 8,99% no Brasil e 7,04% na Grande Belo Horizonte, nos últimos 12 meses até fevereiro, de acordo com o IBGE.

A alimentação fora do lar também representou uma das despesas que mais puxaram a inflação, registrando altas de 9,8% no Brasil e 7,62% na Grande BH, no período analisado. A substituição de produtos mais caros, o corte dos bens importados ou a redução das compras daquelas mercadorias pressionadas por ingredientes cotados em dólar podem ajudar a combater o dragão dos preços. Eliminar os gastos supérfluos e valorizar cada centavo na ponta do lápis são medidas também essenciais em tempos de aperto.

A família da professora Paula Fonseca Lage precisou mudar os hábitos de consumo. São quatro pessoas vivendo na mesma casa, com renda familiar superior a R$ 12 mil. Em lugar da manutenção de empregada doméstica, que gerava despesa mensal em torno de R$ 1,8 mil, foram contratados os serviços de uma diarista, ao custo de R$ 120 para uma vez por semana. Paula Lage conta que passou a fazer compras no supermercado com maior frequência, para aproveitar produtos em promoção e evitar os jantares fora de casa. “Hoje, é muito mais barato convidar os amigos e fazer alguma coisa em casa do que ir ao restaurante. Se antes saíamos duas vezes por semana, agora saímos uma vez a cada 15 dias. ”, afirma.

Apesar das medidas de ajuste, a professora avalia que ainda precisa conter mais as despesas, e o primeiro passo é colocar na calculadora todos os custos com supermercado e serviços, incluindo despesas que ainda não são contabilizadas pela família. Para Ricardo Couto, do Ibmec, o planejamento é regra obrigatória. “Não existe uma formula mágica para calcular os custos com supermercados e serviços, por exemplo. Mas, colocando na ponta do lápis, as pessoas conseguem cortar com mais facilidade aqueles itens supérfluos”, observa.

A aposentada Laura Dias também busca promoções semanais nos supermercados, em lugar da compra antes feita uma vez por mês. No sacolão, ela afirma levar para casa apenas os produtos de época, em geral, com os melhores preços. “Vou alternando receitas, substituindo um produto pelo outro, e evito os importados, que têm sofrido com a alta do dólar. Vinho, agora, só no inverno”, completou. O caminho que Laura encontrou ganhou pontos na avaliação do especialista em finanças, que aposta numa redução de até 30% na conta com a substituição de produtos e a pesquisa de preços em diversos estabelecimentos.




Veículo: Estado de Minas


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