Redução do consumo impactou vendas do polo de Divinópolis

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Encomendas no primeiro trimestre do ano estão fracas



A redução da atividade econômica do país já reflete negativamente no consumo das famílias. Os índices de intenção de compras, apurados pelas principais pesquisas do varejo, vêm caindo mês a mês, impactando principalmente setores em que os produtos ofertados não são considerados bens de "primeira necessidade", como a indústria do vestuário. Um exemplo é o polo de confecções de Divinópolis, o maior do interior do Estado, em que os impactos negativos já vêm sendo percebidos desde o ano passado.

O Natal de 2014 foi o pior dos últimos anos e a previsão é que este primeiro semestre também seja ruim. "As vendas neste trimestre estão fracas, portanto acreditamos que de janeiro a junho haverá queda de 6% no faturamento do setor em relação ao mesmo período do ano passado", afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Antônio de Araújo Rodrigues.

De acordo com o dirigente, os clientes atacadistas, que antes adiantavam as compras da coleção de inverno e também para o Dia das Mães, este ano ainda não apareceram. "Todo mundo está postergando as compras o máximo possível por causa deste cenário adverso", avalia.

Na ponta do consumo, conforme Rodrigues, os lojistas também estão liquidando para se livrar dos estoques que permaneceram altos, mesmo após o Natal. "As vendas de dezembro não aconteceram como esperávamos", lamenta.

Dados divulgados na última semana pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostraram que, em março, pelo segundo mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu o menor nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. O índice registrou quedas de 6,1% na comparação com o mês passado e de 11,9% em relação a março de 2014.

Segundo a supervisora de Estudos Econômicos da Fecomércio-MG, Luana Oliveira, o índice mede a propensão de compra do consumidor, tanto para o consumo corrente quanto o consumo futuro, como viagens. Essa diminuição é um indício de que o consumidor está sofrendo as conseqüências do atual cenário econômico.


Verão - A expectativa do Sinvesd é que, no segundo semestre, com a chegada da coleção de verão, o movimento melhore. "A vantagem é que o verão é mais longo e as roupas são mais baratas que as de inverno. Com isso, o mercado tende a ficar mais aquecido. Mas, diante do quadro que temos hoje, não podemos contar que isso vai mesmo acontecer", ressalta.

Conforme Rodrigues, o polo de confecções de Divinópolis ocupa cerca de 19 mil pessoas, entre empregos diretos e indiretos. E, embora o momento seja de incerteza em relação ao futuro, não há nenhuma perspectiva de demissões. "Já trabalhamos com quadros bastante enxutos e muitas empresas também já optaram pela terceirização", diz. Já, em relação a previsões para 2015, Rodrigues acredita que se as indústrias do polo de Divinópolis conseguirem fechar o ano no "empate" com 2014, já será um grande resultado.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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