O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, elevou ontem sua previsão para o indicador fechado de junho, de uma alta de 0,45% para 0,47%
Segundo ele, a pressão maior que a esperada no grupo Alimentação na primeira quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados no domingo, dia 7) é o principal motivo para a alteração na projeção. "Esperávamos que os efeitos sazonais [favoráveis] se fariam mais cedo em alguns alimentos, mas ainda não aconteceu. Jogamos essa perspectiva para frente", argumentou Chagas.
Apesar da aceleração do grupo, entre o fechamento de maio e a primeira medição de junho, de 0,88% para 1,04% e que veio maior que o esperado pela Fipe, cuja previsão era de 0,95%, o economista acredita que a classe de despesa poderá fechar o mês com alta de 0,56%. "Os preços de alguns alimentos, especialmente de in natura, estão pressionando mais. A nossa expectativa é que estivessem contribuindo do outro lado, desacelerando, e ajudando a segurar a inflação", afirmou o economista.
Chagas citou a variação positiva expressiva de 47 34% da cebola, de 12,57% do tomate e de 3,32% do leite longa vida, que figuraram na lista das maiores contribuições de alta do IPC da primeira medição de junho. "Alimentação podia ajudar um pouco, mas ainda não deu sinais de que vá fazê-lo. Quem sabe até o final do mês", estimou. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI