Previsões são de 2017 ainda em níveis de 2013

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Com a piora simultânea das expectativas para este e os próximos dois anos, analistas e investidores projetam que a economia brasileira chegará a 2017 ainda sem ter recuperado as dimensões atingidas em 2013.

Dito de outra maneira, acredita-se que a produção e a renda do país passarão por um quadriênio de retrocesso, oscilando entre períodos de estagnação, recessão e recuperação lenta.De um crescimento de apenas 0,1% em 2014, o PIB (Produto Interno Bruto) deverá encolher quase 2% neste ano –a queda esperada pelo mercado passou de 1,8%, na semana passada, para 1,97%.

Para 2016, a taxa central projetada na pesquisa semanal do Banco Central caiu de 0,2% para zero; para 2017, de 1,7% para 1,5%. O pessimismo de bancos e consultorias cresce desde o início do ano.

PIORES QUATRO ANOS

Tudo somado e subtraído, a economia nacional terá encolhido 0,35%, nos piores quatro anos desde a queda de 0,85% entre 1989 e 1992, no final do governo de José Sarney e no de Fernando Collor –período em que houve hiperinflação e confisco dos recursos das cadernetas de poupança.

É evidente que cálculos de economistas são sujeitos a grandes imprecisões, ainda mais quando levam em conta prazos tão longos.Mas o descrédito generalizado nas perspectivas de retomada da expansão do PIB afeta desde já os investimentos das empresas e o consumo das famílias.

Os dados mostram que os ajustes conduzidos pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) nas contas do governo e nos juros ainda estão longe de devolver a credibilidade para a política econômica do segundo mandato da presidente Dilma.

Nas últimas semanas, consolidou-se a avaliação de que as medidas destinadas a reequilibrar o Orçamento e controlar a inflação terão de ser diluídas ao longo dos próximos anos.

Num círculo vicioso, a debilidade do PIB enfraquece a arrecadação de impostos e impede o governo de poupar o necessário para controlar a dívida pública, e a fragilidade fiscal mina a confiança dos empresários e investidores.

Além disso, a piora da inflação e do desemprego derruba a popularidade da presidente Dilma Rousseff e compromete o apoio político às medidas de ajuste.

Nessa toada, imagina-se, uma recuperação econômica mais vigorosa ficará, na melhor das hipóteses, para o ano eleitoral de 2018 –para o qual ainda não há projeções pesquisadas pelo BC.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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