Mercado vê possibilidade de atraso na alta de juros nos Estados Unidos
O dólar iniciou a semana em forte baixa ainda sob efeito do aumento da atuação do Banco Central no mercado de câmbio. Também ajudou a conter a valorização da moeda americana a possibilidade de os EUA atrasarem o aumento nos juros, previsto para ocorrer em setembro.
Foi o segundo dia seguido de recuo na moeda americana. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com desvalorização de 1,52%, para R$ 3,459. O dólar comercial (transações no comércio exterior) teve queda de 1,90%, para R$ 3,443.
Na quinta passada, o BC elevou a oferta de contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares com prazo de até 18 meses) para os investidores. Se mantiver esse ritmo, deve renovar 100% dos contratos com vencimento em setembro; até então, o BC vinha renovando só 60%.
O vice-presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Stanley Fischer, afirmou que a inflação nos EUA está "muito baixa", mas apenas temporariamente. Disse ainda que os EUA já estão perto de alcançar o pleno emprego.
Segundo Eduardo Velho, economista da Invx Global Partners, o mercado interpretou as declarações como indício de que o Fed ainda não estaria disposto a elevar os juros nos EUA em setembro.
Para Maurício Nakahodo, do Banco de Tokyo-Mitsubishi, o comentário de Fischer aumentou as apostas de parte do mercado de que o aumento de juros possa ficar para dezembro.
A maioria das moedas emergentes se valorizaram em relação ao dólar. Segundo a Bloomberg, das 24 principais divisas emergentes, 19 subiram em relação ao dólar.
O presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, afirmou que os EUA voltaram em grande parte ao normal e que a decisão de elevar os juros deve vir em breve, mas não repetiu que estaria pronto para votar a favor da alta de juros no mês que vem. A Bolsa recuperou parte das perdas da sexta (7) e fechou em alta de 1,60%.
Veículo: Jornal Folha de S.Paulo