As demandas atuais da indústria mineira e nacional, que basicamente objetivam maior competitividade para o setor, são praticamente as mesmas de há 20 anos. Entre elas estão a reforma tributária, trabalhista e política. Em suma, esse foi um dos temas que norteou debate entre empresários, economistas e especialistas, ontem, no "Painel político e econômico", realizado na sede Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (Ciemg), em Contagem (RMBH).
"A indústria pede uma série de demandas há praticamente 20 anos e hoje ainda discutimos as memas coisas", afirmou o gerente de Economia e Finanças da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Leão. Entre essas demandas, segundo ele, estão as reformas trabalhistas e tributária e também um "basta" nos escândalos de corrupção.
Para o gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcos Borges de Castro, "existe sim uma crise, mas a vida continua". "No sistema político brasileiro, a grande forma de conseguirmos mudanças é estabelecer o contato direto do parlamentar com sua base industrial", destacou.
Ainda assim, o professor de Política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-MG), Rafael Cortês, considerada que o País caminha para uma total disparidade de agendas do Executivo e do Legislativo, na opinião dele, exatamente o que deveria ser evitado. "O cenário político é complicado e não solucionar isso pode piorar a situação", disse.
"O primeiro passo para o poder político conseguir responder as agendas da sociedade e da indústria e não se discutir mais a interrupção do mandato presidencial, seja por meio de renúncia, impeachment ou ainda a cassação da presidente", afirmou o professor de Política da PUC Minas.
O diretor-presidente do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Luiz Carlos Motta Costa, também é a favor de uma atitude proativa e de otimismo. "Existe uma máxima antiga na imprensa de que notícia boa é notícia ruim e alguns profissionais da mídia levam isso adiante. Eu não concordo. Notícia boa é notícia boa", destacou. Ele avaliou ainda que o pano de fundo da situação atual é conseqüência do sistema político e defendeu uma reforma política.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG