Após dez meses de queda consecutiva, o IEC (Índice de Expansão do Comércio), indicador antecedente de investimentos e contratações, apresentou estabilidade em outubro. De acordo com a Fecomércio-SP, que calcula o índice com base em dados de aproximadamente 600 empresas do setor, trata-se de um sinal de que pode estar começando um processo de consolidação do patamar de confiança em um nível muito baixo.
O indicador, que avalia a intenção dos comerciantes de ampliar seus negócios, seja com investimentos na expansão de lojas ou máquinas, seja com a admissão de novos funcionários, se manteve em 66,8 pontos em outubro.
O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos na expansão dos negócios.
Apesar da estabilidade mensal, trata-se do menor patamar da série histórica do IEC, iniciada em meados de 2011, e da maior queda anual já registrada pelo índice. Em relação a outubro do ano passado, o recuo foi de 35,9%.
Segundo a entidade, o cenário do comércio permanece crítico, com baixa disposição dos empresários para expandirem seus negócios. Quase 70% das empresas abordadas pelo levantamento em outubro disseram que pretendem reduzir o quadro de funcionários nos próximos meses. O patamar se assemelha ao medido no mês anterior.
A pretensão de investir em ampliação de instalações e aquisição de equipamentos também não dá sinais de recuperação. Mais de 75% estão investindo menos do que no ano passado.
"Ainda não é possível atestar que esteja chegando ao fim o ciclo negativo, muito menos que se vislumbre alguma recuperação. Não há grandes perspectivas de se iniciar um processo evidente de recuperação a curto prazo, mesmo com o indicador em patamares tão baixos como os atuais", diz o relatório da entidade.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG