Atacado e varejo levam IGP-DI à deflação

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O comportamento das commodities agrícolas e a desaceleração dos preços no varejo foram as principais razões para que o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechasse fevereiro com deflação. No mês passado, o indicador, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), caiu 0,13%, contra alta de 0,01% em janeiro. "A deflação do Índice de Preços do Atacado (IPA) se manteve em fevereiro e a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) é que levou o IGP-DI ao terreno negativo", frisou Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Ibre-FGV.

 

Quadros ressaltou que a desaceleração no IPC - que passou de 0,83% em janeiro para 0,21% em fevereiro - foi generalizada, com perda de força em seis dos sete grupos. O único em que houve aceleração foi saúde e cuidados pessoais, que passou de 0,45% para 0,70% entre janeiro e fevereiro. 

 

Os alimentos no varejo passaram de alta de 1% em janeiro para queda de 0,12% em fevereiro e deram a maior contribuição para a perda de força do IPC. Os alimentos in natura no varejo caíram 0,83% em fevereiro, depois de alta de 3,69% em janeiro, enquanto os alimentos processados recuaram 0,16%, contra crescimento de 0,08% em janeiro. "Os alimentos processados refletem a queda da demanda internacional, como no caso das carnes, que não tiveram queda de demanda no mercado interno", explicou Quadros. 

 

"O setor de alimentos na indústria também teve desaceleração, mas o impacto mais forte foi nas matérias-primas agrícolas, mas com repercussão na indústria de alimentos", acrescentou Quadros. De acordo com o economista, a resistência da inflação no varejo se concentra nos serviços, que permanecem em trajetória de alta. Quadros destacou que as taxas acumuladas em 12 meses pelos serviços educacionais subiram de 5,55% em dezembro de 2008 para 7,58% em fevereiro deste ano, enquanto os demais serviços passaram de 7,02% para 7,36% na mesma comparação. 

 

No atacado, os alimentos foram os maiores responsáveis pela deflação do IPA, que passou de menos 0,33% em janeiro para menos 0,31% em fevereiro. 

 

Veículo: Valor Econômico


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