Lojistas da Capital preveem vendas 9% menores no Natal

Leia em 3min 30s

                                                         Pessimismo se deve ao endividamento e à maior cautela dos consumidores.

O endividamento crescente dos consumidores e a cautela em relação aos rumos da economia brasileira estão deixando os empresários do comércio varejista de Belo Horizonte mais pessimistas em relação ao desempenho das vendas no Natal, principal data comemorativa do setor. A maioria dos lojistas acredita que as negociações serão 9,1% inferiores às realizadas no ano passado e que este Natal "será das lembrancinhas". Os dados foram levantados pela área de estudos econômicos da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).

De acordo com a analista de Pesquisa da Fecomércio, Elisa Castro da Mata Ferreira, o fraco desempenho nas vendas registradas nas demais datas comemorativas deste ano e o momento de crise econômica do País, com aumento da inflação, dos juros, do desemprego e do endividamento dos consumidores, são fatores prepoderantes para o maior pessimismo dos comerciantes.

"Os empresários estão mais cautelosos para o Natal. A maioria, 41,8%, acredita que as vendas serão menores que em igual período de 2014. A situação, segundo os empresários, é reflexo do maior endividamento dos consumidores e dos preços elevados dos produtos. Os 41,8% dos empresários que acreditam em um pior desempenho estimam que a queda na comercialização será de 9,1% em relação ao Natal de 2014", ressalta.

Segundo Elisa, 30% dos empresários consultados acreditam que as vendas ficarão estáveis e 27% apostam em aumento das negociações de 5,4% quando comparadas com as do ano passado.

"O Natal é uma data com grande apelo emocional, o que estimula o consumidor a investir em presentes. Além disso, os empresários acreditam que haverá aumento da movimentação. O pagamento do 13º salário também poderá contribuir para as vendas", explica.

Para 49,8% dos empresários do comércio varejista, os consumidores priorizarão os preços na hora de decidir o que comprar. Também vão pesar na decisão o atendimento diferenciado (21,9%), prazo para pagamento (9,8%) e qualidade dos produtos (7,1%).

"Para conquistar os clientes, os empresários pretendem oferecer produtos com preços mais acessíveis, investir na capacitação dos funcionários para um atendimento diferenciado e na decoração, para aflorar o vínculo afetivo e estimular as compras", observa.

O tíquete médio deve ficar em torno de R$ 100. Em 2014, os produtos indicados pelos empresários como os preferidos para o período foram as roupas, os smartphones e os calçados. Neste ano, os smartphones deram lugar às lembrancinhas que, segundo os entrevistados, será o segundo item mais procurado para a data, atrás apenas das roupas. Os smartphones e celulares caíram para quinta posição.

Tíquete médio - A pesquisa da Fecomércio-MG também ouviu os consumidores. De acordo com o levantamento, 33,5% dos consumidores não pretendem presentear no Natal, índice que em igual data de 2014 estava em 21,5%. O tíquete médio dos presentes não deve ultrapassar o valor de R$ 50 na opinião de 86,3% dos clientes, sendo que 57,7% deles afirmaram que gastarão até R$ 50.

"Observamos uma diferença de comportamento significativa por parte dos consumidores. Em 2015, 57,7% dos consumidores gastarão no máximo R$ 50 com presentes, enquanto no ano passado este tíquete se limitava a uma parcela de apenas 20,7% dos consumidores", compara.

Em relação ao 13º salário, o destino dos recursos extras será, em primeiro lugar, a quitação de dívidas, de acordo com 34,6% dos consumidores consultados e, em segundo lugar, as compras de Natal (19,4%).

Entre os itens preferidos pelos consumidores para presentear no Natal estão as roupas, opção que será adotada por 37% dos clientes, seguida pelos calçados (20,3%), brinquedos (20,3%) e perfumaria (11,6%).

A maioria dos consumidores (40,5%) pretende pagar as compras de Natal à vista em dinheiro; 26,3%, com cartão de débito; 10,2%, com cartão de crédito em uma parcela; e 22%, com cartão de crédito parcelado.

De acordo com Elisa, entre os consumidores que têm a pretensão de utilizar o cartão de crédito como forma de pagamento 67,2% farão o pagamento à vista, caso a loja ofereça descontos.

"Para o empresário é interessante o recebimento à vista. Por isso, é preciso que seja feito um planejamento e concedido desconto aos consumidores", recomenda Elisa.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


Veja também

Escassez de crédito afeta mais pequenos negócios, aponta pesquisa do Sebrae

Pesquisa do Sebrae mostra que 30% das pequenas empresas não têm qualquer relação com os banco...

Veja mais
Varejo recua 6,45% no ano em São Paulo

  Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo...

Veja mais
Inadimplência com rotativo do cartão de crédito atingiu 38,9% em setembro

A inadimplência do rotativo do cartão de crédito é a mais alta entre as modalidades de empr&e...

Veja mais
Consumidor está menos pessimista, diz CNI

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) subiu 1% em outubro na comparação com setembr...

Veja mais
Preço da cesta básica cai 0,56% no mês

O preço médio da cesta básica no Grande ABC teve queda de 0,56% em outubro, passando de R$ 488,94 p...

Veja mais
BC prevê convergência da inflação para a meta em 2017

A ata do Copom, divulgada ontem pelo BC, empurra para 2017 a convergência da inflação para o centro ...

Veja mais
Confiança do comércio recua 2,3% em outubro ante setembro, afirma FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 2,3% em outubro ante setembro, na série com aj...

Veja mais
IAV aponta retração de 7,4% no mês passado

As vendas reais do varejo recuaram 7,4% em setembro ante o mesmo mês de 2014, aponta o Índice Antecedente d...

Veja mais
Inflação é maior em cidades-pólo do interior de Minas

Índices de preços medidos em Montes Claros e Viçosa superam inflação oficial apurada ...

Veja mais