Neste ano, as compras de itens de primeira necessidade feitas em supermercados e hipermercados da região encareceram mais do que a variação da inflação oficial do País. Desde abril, quando o Diário iniciou a pesquisa mensal de preços, o desembolso total em lojas de maior porte ficou cinco vezes acima do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado no período.
A pesquisa considera os gastos de uma família de quatro pessoas, para consumo mínimo de uma semana. Os dados são levantados em um estabelecimento de grande porte e em outro menor, a fim de verificar a inflação na prática.
Em nove meses, os produtos encareceram 28,31% no hipermercado. Em abril, o total gasto era de R$ 85,39, enquanto neste mês, saiu por R$ 109,57. Ao mesmo tempo, a inflação, que representa o aumento do custo de vida, ficou em 5,57% (de abril a novembro, já que a inflação de dezembro ainda não saiu). Os alimentos comprados no supermercado, por sua vez, variaram um pouco menos, 12,22%, sendo R$ 94,13 em abril e R$ 105,64 em dezembro. Ainda assim, a variação é duas vezes maior do que o IPCA.
Vale lembrar que, já na pesquisa de novembro, quando o conjunto de itens atingiu o maior preço nos dois estabelecimentos, a variação comparada ao IPCA do período também chegou a ficar cinco vezes maior.
MENSAL - Em comparação com o mês anterior, os custos dos alimentos quase não apresentaram alteração. O supermercado foi a melhor opção para a dona de casa, pois os valores tiveram queda de 1,24%, ou seja, R$ 1,31 de economia. Já no hipermercado houve aumento de 2,22%, o que representa R$ 2,38 a mais.
Entretanto, quem pretende passar o fim de ano gastando menos nas compras precisa pesquisar bastante, já que a tendência é de que os preços aumentem pelos próximos dias. “Dificilmente os valores recuam nesta época do ano. Achar uma estabilidade nos custos comparados a novembro já é algo muito bom, e pode ser tarefa um pouco difícil pelos próximos dias, com a proximidade do Natal e do Ano-Novo”, afirma o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto.
Entre os produtos que mais se destacaram, a alface e a cebola lideraram as quedas no supermercado. A hortaliça recuou 40,16% e pode ser encontrada por R$ 1,89 no hipermercado. Já o quilo da cebola diminuiu 20,92%, e está custando R$ 3,98 nos dois estabelecimentos. “Por terem sido produtos que puxaram para baixo o valor da cesta básica diversas vezes neste ano, a tendência agora é que os hortifrúti aumentem novamente, já que são itens que compõem a ceia de Natal”, comenta De Benedetto, que indica aproveitar as ofertas, já que elas não deverão ser muito frequentes até o fim do ano.
Já entre os alimentos com as maiores altas, o quilo da carne bovina de primeira apontou variação de 18,74% no hipermercado. Em um mês, o produto subiu R$ 4,68, e está custando R$ 29,67. “Nesta época, os cortes de carne são muito consumidos, principalmente em churrascos e outros tipos de confraternizações. Além disso, os preços sobem devido à disposição que as pessoas têm em gastar mais, por conta do 13º salário,” afirma.
De acordo com o especialista, a boa notícia é que em janeiro os preços devem cair, por ser época em que as pessoas estão com menos dinheiro para desembolsar.
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC