Analistas estimam que o PIB deverá recuar 2,99% neste ano.
A primeira pesquisa feita em 2016 pelo Banco Central (BC) com analistas do mercado financeiro traz previsões pouco animadoras para este ano e o próximo. Inflação, dólar e juros em alta. Já os números para o desempenho do PIB encolheram, conforme o Boletim Focus, divulgado ontem pela instituição.
A previsão para o PIB de 2016 foi reduzida pela 14ª semana consecutiva e encostou nos 3%. No relatório anterior, a expectativa era que a economia sofresse uma contração de 2,95%. Agora, os economistas já prevêem uma queda de 2,99%. Para 2017, a expansão de 1% prevista no Boletim Focus anterior foi revista para baixo, ficando em 0,86%
A produção industrial segue como principal fator responsável pelas previsões para o PIB em 2016 e 2017. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de baixa de 3,45% para este ano ante -3,50% prevista na semana passada.
Na pesquisa realizada quatro semanas atrás, a mediana das estimativas estava em -3,45%. Para 2017, as apostas são de expansão de 1,98% para a indústria - na semana passada, a mediana estava em 2,00% e quatro semanas antes, em 1,75%.
Os economistas também ajustaram suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Para 2016, a mediana das previsões saiu de 40,00% para 39,30%. Quatro semanas antes estava em 40,40%. No caso de 2017, as expectativas se mantiveram em 41,40% - no boletim divulgado há um mês a taxa era de 41,05%.
Dólar - Após subir quase 50% no ano passado e encerrar levemente abaixo de R$ 4,00, a perspectiva do mercado financeiro para o câmbio este ano é de alta para R$ 4,25. No levantamento anterior, a mediana das estimativas dos analistas apontava para uma cotação de R$ 4,21 e, no de quatro semanas atrás, de R$ 4,20.
Já para 2017, a mediana das estimativas do mercado aponta para uma cotação de R$ 4,23, maior do que a de R$ 4,20 vista na semana passada - um mês antes, já estava nesse patamar. Para este ano, o câmbio médio passou de R$ 4,13 para R$ 4,14 (estava em R$ 4,09 há quatro semanas), enquanto que para 2017, essa mesma variável permaneceu em R$ 4,10 - mesma cotação também de um mês atrás.
O BC tem se concentrado em rolar contratos de swap cambial, majoritariamente fechados no programa de “ração diária” iniciada em agosto de 2013 e encerrado no fim de março de 2015. Depois disso, o BC entrou no mercado em algumas situações específicas.
Superávit comercial - Depois de registrar o primeiro déficit em 14 anos em 2014 e surpreender positivamente na reta final do ano passado, a balança comercial deverá encerrar este ano e o próximo com superávit de US$ 35 bilhões.
De acordo com o Relatório Focus, a projeção para 2016 já estava em US$ 35 bilhões na semana passada - há um mês, a previsão era de um saldo positivo em US$ 31,44 bilhões. Para 2017, a estimativa anterior também era de um superávit de US$ 35 bilhões e a de quatro semanas atrás, de US$ 34,09 bilhões.
No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro ajustou a mediana para 2016 de um déficit de US$ 38,50 bilhões na pesquisa passada para US$ 38,00 bilhões no levantamento - quatro semanas antes, estava em US$ 39,52 bilhões. Já para 2017, a perspectiva é de um rombo de US$ 32 bilhões, volume que se manteve da edição anterior. Quatro meses atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 35 bilhões.
Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2016, já que a mediana das previsões para esse indicador segue em US$ 55,00 bilhões pela quarta semana consecutiva. Para 2017, a perspectiva também é de um volume de entradas de US$ 60 bilhões em IDP, montante apontado pelo mercado há 13 semanas seguidas.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG