O Relatório de Mercado Focus trouxe ontem a oitava rodada seguida de alta das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. No documento divulgado pelo Banco Central, a mediana das previsões para a inflação de 2016 apresentou apenas leve correção ao subir de 7,61% para 7,62%. Com isso, distancia-se ainda mais do teto da meta deste ano de 6,50%.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, reforçou na semana passada que continua trabalhando para evitar que o índice extrapole esse patamar. Quatro semanas atrás, a mediana na Focus estava em 7,23%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas manteve-se em 8,13% de uma semana para outra - um mês antes, estava em 7,92%.
No caso de 2017, a mediana da pesquisa geral voltou a ficar congelada em 6,00% de um levantamento para o outro - quatro edições atrás estava em 5,65%. A previsão do mercado, portanto, segue exatamente no teto de 6,00% da meta do ano que vem. Essa barreira, no entanto, já havia sido ultrapassada em muito pelo grupo Top 5 de médio prazo. Entre esses analistas, a perspectiva para a taxa passou de 6,40% para 6,50%. Um mês antes, essas instituições apontavam para um IPCA de 7,19%.
Para a inflação suavizada 12 meses à frente, a mediana também subiu, saindo de 6,81% para 6,83% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,91%. Para o curto prazo, houve correção das expectativas para cima para a taxa para fevereiro de 2016 (de 0,91% para 0,95%). Um mês antes, estava em 0,85%. Já para março, a direção da mediana das previsões foi de baixa, passando de 0,58% para 0,57% de uma semana para a outra. Há quatro edições Focus, estava em 0,60%.
De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado. Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição informou que houve aumento desses porcentuais nos dois casos em ambos cenários.
Preços administrados - As projeções do mercado financeiro para os preços administrados finalmente deram um pequeno alívio no Relatório de Mercado Focus Vilões da inflação de 2015, ao subirem 18,07%, a expectativa agora é de que terão alta de 7,50% este ano e não mais de 7,70%, como constava do boletim anterior. Quatro semanas atrás, a mediana estava em 7,62%.
No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela 11a semana consecutiva. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%. Conforme informaram Tombini e o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, a expectativa é a de que, apenas no primeiro semestre deste ano haja uma desinflação de 2 pontos porcentuais. Entre outros pontos, eles contam com a ajuda dos preços monitorados ou administrados pelo governo.
Na mais recente ata do Copom, a previsão do BC para os administrados saiu de 5,9% para 6,3% e a de 2017 ficou em 5%. No documento, o BC enfatizou a alta dos preços das tarifas de transporte público ocorrida em várias capitais do País. Há a expectativa de que o segmento de energia ainda possa dar um alívio à inflação.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG