Analistas e investidores do mercado financeiro voltaram a elevar a estimativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A nova perspectiva é de uma alta de 7,59% em 2016, contra 7,57% previstos na divulgação Focus anterior a anunciada ontem.
Para 2017, a estimativa segue em 6%, de acordo com o boletim Focus. Os cálculos sobre a inflação estão distantes do centro da meta de 4,5% e, neste ano, superam o teto de 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é 6%. Mesmo com a expectativa de alta da inflação, a projeção para a taxa básica de juros permanece em 14,25% ao ano, em 2016, e, para 2017, é de redução da Selic para 12,50% ao ano.
Ao mesmo tempo, a projeção de instituições financeiras para a queda da economia este ano piorou mais uma vez e passou de 3,45% para 3,50%. Para 2017, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo País, foi mantida em 0,50%.
Mais projeções
Da mesma forma, que os consultados pelo Banco Central para a elaboração do relatório Focus, o banco Credit Suisse revisou sua projeção para a economia do País este ano, de -3,5% para -4,2%, citando o carrego estatístico após a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2015 na semana passada, e também indicadores recentes.
Em um cenário negativo, a contração do PIB este ano chegaria a 6,1%. Já em um cenário positivo, a recessão seria bem mais suave, de 2,5%.
No que se refere ao curto prazo, o banco informa que a dinâmica recente dos indicadores de confiança de empresários e consumidores, com relativa estabilidade de ambos os indicadores, sugere que a contração da economia nos próximos trimestres tende a ser menor do que o observado nos últimos trimestres.
No cenário-base do Credit Suisse, a projeção para o PIB de 2017 é de -1,0%. Já na versão pessimista a contração chegaria a 2,3%, enquanto na alternativa otimista haveria crescimento de 1,3%.
Também mais pessimista em relação à economia do Brasil, a Fitch revisou para baixo sua previsão para o PIB do País este ano, para contração de 3,5%. Em dezembro, a agência de classificação de risco projetava retração de 2,5%.
Em relatório divulgado ontem, a agência de classificação atribuiu a revisão ao aumento das incertezas no cenário político brasileiro, que prejudicaram a confiança, deteriorando o mercado de trabalho, as condições de crédito e o aperto pró-cíclico na política macroeconômica ao longo de 2015. Apesar das revisões desfavoráveis, a Fitch ressaltou que suas estimativas deixam "a perspectiva de crescimento consideravelmente acima do território de recessão global".
Setor externo
Por outro lado, as perspectivas para o déficit em conta corrente - um dos principais indicadores das transações do Brasil com outros países - melhoraram e passaram de US$ 29,95 bilhões para US$ 29,26 bilhões para este ano, mesmo com investidores e analistas do mercado financeiro estimando um saldo da balança comercial menor, reduzido de US$ 40 bilhões para US$ 39,85 bilhões.
Não houve alteração na projeção para os investimentos estrangeiros diretos, mantidos em US$ 55 bilhões, há 10 semanas. Já para 2017, a expectativas dessas entradas passaram de US$ 60 bilhões US$ 55,55 bilhões.
Veículo: Jornal DCI