Retração do PIB em 2016 passa de 3,66% para 3,73%, prevê mercado

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                 Um mês atrás, a estimativa estava em -3,5%. Mercado prevê ainda inflação oficial a 7,28%, aponta Focus e queda de juros.

Mesmo após uma expressiva revisão nas estimativas por parte do Banco Central (BC), a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano - revisada de 1,9% para retração de 3,5% - não conseguiu se equiparar à projeção pessimista dos analistas do setor privado. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo BC, aponta que a mediana das estimativas para o PIB de 2016 passou de uma retração de 3,66% para queda de 3,73% - um mês atrás estava em -3,5%. Para 2017, a previsão ainda é de alta da atividade, mas cada vez menor, já que passou de 0,35% para 0,30% (quatro semanas antes estava em 0,50%).

As perspectivas também são mais pessimistas em relação à produção industrial. Após duas semanas consecutivas de melhora do indicador, a mediana das estimativas do mercado saiu de queda de 4,40% para recuo de 5,80% - um mês atrás, estava em -4,50%. Para 2017, a previsão ainda continua no terreno positivo, em 0,69% - estava em 0,85% na semana passada e em 0,57% quatro semanas antes.

Os economistas não mexeram em suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2016. A mediana das previsões continuou em 41,10% de uma semana para outra, ante 41,05% de quatro semanas antes. Para o Banco Central, a relação dívida/PIB ficará em 41,6% no fim deste ano, segundo estimativa apresentada na semana passada pelo chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel. Esta previsão leva em conta os parâmetros da pesquisa Focus.

No caso de 2017 no boletim Focus, as expectativas subiram de 45,90% para 46,20% de uma edição para a outra - no boletim divulgado há um mês a taxa era de 45,20%.

Superávit comercial


O Relatório de Mercado Focus continua a mostrar o forte ajuste pelo qual passa o setor externo brasileiro. A balança comercial de 2016 deve apresentar superávit de US$ 44,80 bilhões, ante previsão anterior de US$ 43,53 bilhões e de US$ 39,85 bilhões de um mês atrás. Também para 2017, as estimativas estão mais otimistas: a previsão de saldo positivo passou de US$ 47,50 bilhões para US$ 50,00 bilhões de uma semana para outra - o volume apontado um mês antes também era de US$ 41,26 bilhões.

No caso das previsões para a conta corrente, segue o movimento de previsão de rombo menor. Para 2016, a mediana das expectativas passou de um déficit de US$ 20,45 bilhões para US$ 19,90 bilhões. Um mês atrás, estava em US$ 29,26 bilhões. A atualização da estimativa feita pelo Banco Central na semana passada foi para US$ 25 bilhões.

Já para 2017, a perspectiva do mercado financeiro é de um rombo de US$ 17,50 bilhões, volume menor do que o apontado na edição anterior, de US$ 18,20 bilhões. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 24,25 bilhões.

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir esse resultado deficitário nos dois anos. A mediana das previsões para esse indicador segue em US$ 55,00 bilhões pela décima sexta semana consecutiva, no caso de 2016. Para 2017, a perspectiva de volume de entradas caiu de US$ 55,25 bilhões para US$ 54,00 bilhões - estava em US$ 57,50 bilhões um mês atrás.

Na semana passada, o BC atualizou suas projeções para o resultado do setor externo em 2016. Segundo a autoridade monetária, as transações correntes terão um déficit de US$ 25 bilhões, menor do que o esperado antes. Para a balança comercial, a nova expectativa é de superávit de US$ 40 bilhões e, para o IDP, o BC manteve a previsão de ingresso de US$ 60 bilhões este ano.

 



Veículo: Jornal Estado de Minas - MG


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