Economistas de instituições financeiras passaram a ver um recuo da taxa básica de juros neste ano. Em contrapartida, a projeção para a inflação continuou diminuindo em meio à contínua piora da recessão econômica prevista.
A estimativa para a Selic ao fim de 2016 na pesquisa Focus do Banco Central (BC) publicada ontem foi reduzida a 13,75% ao ano, contra os atuais 14,25%, com corte de 0,50 ponto em novembro, última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no ano.
Trata-se da primeira redução na estimativa após oito semanas de manutenção, mesmo depois de o BC reiterar em seu Relatório Trimestral de Inflação, na semana passada, que não trabalha com a possibilidade de cortar a taxa básica de juros e elevar suas projeções sobre a inflação.
Para 2017, a pesquisa com uma centena de economistas não mostrou mudança na expectativa de que a Selic terminará o ano a 12,50%.
As reduções nas projeções para a taxa básica de juros vêm em meio à queda nas expectativas de inflação. Para 2016, mostrou o Focus, as contas são de alta do IPCA de 7,28%, contra 7,31% na semana anterior. Foi a quarta semana seguida de redução, mas permanece acima do teto da meta do governo, de 4,5% e com uma tolerância de 2 pontos.
Para 2017, as estimativas não mudaram, de alta de 6%. O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, subiu 0,43% em março, contra alta de 1,42% no mês anterior, indo abaixo de 10% no acumulado, pela primeira vez desde outubro.
No Relatório de Inflação, o BC estimou inflação de 6,6% em 2016 e de 4,9% em 2017, sobre projeção anterior de 6,2% e 4,8%, respectivamente.
O Focus mostrou ainda que as projeções para o dólar caíram a R$ 4 no fim de 2016, contra R$ 4,15 antes. Em relação a 2017, a perspectiva foi a R$ 4,10, sobre R$ 4,20.
Sobre o desempenho da economia, a contração do Produto Interno Bruto (PIB) este ano agora é projetada em 3,73%, sobre queda de 3,66% na pesquisa anterior. Já a expansão em 2017, por sua vez, é calculada em apenas 0,3%, sobre 0,35% da semana anterior.
Houve ainda uma forte piora nas expectativas para a produção industrial, com uma contração prevista em até 5,80% neste ano e expansão de cerca de 0,69% no próximo, contra queda de 4,40% e crescimento de 0,85% antes, respectivamente.
Veículo: Jornal DCI