O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, teve alta de 0,97% em março, acelerando-se tanto em relação à leitura de fevereiro (+0,89%) quanto comparado à da terceira quadrissemana do mês passado (+0,92%).
O resultado mensal apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) superou as previsões de dez instituições consultadas de aumento de 0,81% a 0,90%, e, consequentemente, ficou acima da mediana das estimativas, de 0 89%.
No primeiro trimestre, o índice da Fipe acumulou inflação de 3 26%. No período de 12 meses encerrado em março, a inflação ficou em 10,73%.
Em março, três grupos de produtos aceleraram ganhos na comparação com fevereiro. Em Alimentação, a elevação dos preços subiu de 1,02% em fevereiro para 1,87% no mês passado; em Despesas Pessoais, de +0,84% para +1,17%; e em Vestuário, de +0 36% para +1,47%. No caso de Saúde, os custos aumentaram 0,71% em março, repetindo a variação.
Por outro lado, houve desaceleração nos preços de Habitação, de +0,91% em fevereiro para +0,50% em março, em Transportes, de +1 09% para +0,37%, e nos custos de Educação, de +0,39% para +0 15%.
A inflação de serviços na capital paulista diminuiu o ritmo de alta para 0,39% em março, na comparação com 1,45% em fevereiro. O resultado do Índice Geral de Serviços (IGS) ficou aquém do apurado pelo IPC. Um dos motivos para a taxa maior do IPC em relação ao IGS foi o comportamento do grupo Alimentação, segundo o coordenador dos indicadores da Fipe, André Chagas. Isso porque este conjunto de preços não faz parte totalmente do IGS, mas do IPC. Em março, o grupo teve a variação mais elevada, de 1,87%, no IPC.
Já no IGS, o único segmento de alimentos a integrar o indicador é Alimentação fora de casa, que variou 0,51% no terceiro mês do ano (de 1,04%). "Alimentação fora do domicílio teve um resultado mais bem comportado", avaliou.
De acordo com Chagas, a desaceleração dos gastos dos consumidores com alimentação fora de casa pode estar refletindo a piora das condições econômicas, de inflação elevada e desemprego em alta. "Serviços estavam com desempenho incompatível com o atual ciclo econômico. Parece que agora estão respondendo a esse movimento", estimou.
Os grupos Habitação (de 0 87% para 0,46%) e Transportes (de 1,84% para 0,34%) desaceleraram entre fevereiro e março no IGS calculado pela Fipe.
Na Habitação, o destaque foi a deflação de 2,34% em energia elétrica, que praticamente foi anulada pela inflação de 5,69% nos serviços de água e esgoto.
Veículo: Jornal DCI