As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser elevadas em março de 2016, sendo esta a terceira elevação no ano e décima oitava elevação consecutiva. Entre as modalidades de empréstimo, o juro no cartão de crédito tornou-se o mais alto desde 1995.
A comparação foi divulgada ontem pela Anefac. A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,12 ponto percentual no mês (3,30 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 1,54% no mês (2,27% em doze meses) passando a mesma de 7,77% ao mês (145,46% ao ano) em fevereiro de 2016 para 7,89% ao mês (148,76% ao ano) em março de 2016 sendo esta a maior taxa de juros desde janeiro de 2004.
De acordo com o diretor executivo de estudos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações podem ser atribuídas ao cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência (calotes).
Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto a recessão econômica, o que deve promover no crescimento dos índices de desemprego. Tudo isso somado e o fato de as expectativas para 2016 serem igualmente negativas quanto a todos estes fatores levam as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência. E tendo em vista o cenário econômico atual, a Anefac aponta que para os próximos meses aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, e a tendência é de que as taxas das operações de crédito voltem a ser elevadas.
Das seis linhas de crédito para pessoas físicas pesquisadas, todas tiveram suas taxas elevadas: juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos, financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e pessoal-financeiras.
Custo para empresas
A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (1,36 ponto percentual em 12 meses) correspondente a uma elevação de 1,58% no mês (1,99% em doze meses) passando a mesma de 4,43% ao mês (68,23% ao ano) em fevereiro de 2016 para 4,50% ao mês (69,59% ao ano) em março de 2016 sendo a maior taxa de juros desde fevereiro de 2005.
Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, tivemos neste período (março de 2013 a março de 2016) uma elevação da Selic de 7,00 pontos percentuais (elevação de 96,55%) de 7,25% ao ano em março de 2013 para 14,25% ao ano em março de 2016.
Veículo: Jornal DCI