Patrimônio de pessoas físicas cresceu 8,83% em 2015 para R$ 2,04 trilhões

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O mercado de aplicações financeiras de pessoas físicas nos segmentos de private baking, varejo alta renda e varejo tradicional cresceu 8,83% em dezembro de 2015 em relação ao mesmo mês de 2014, alcançando o valor de R$ 2,043 trilhões em patrimônio.

De acordo com relatório divulgado ontem (7) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o investidor do private banking, cliente com disponibilidade mínima de investimento no valor R$ 3 milhões, aplicou seus recursos principalmente em previdência, títulos públicos federais e fundos de renda fixa.

Os milionários migraram dos investimentos mais voláteis para produtos mais conservadores, com menos rentabilidade e mais liquidez, preservando seu capital.

No private, os fundos continuam respondendo pela maior parcela das aplicações, com 48,4% do segmento, com destaque aos fundos multimercados, com R$ 176,55 bilhões, e aos fundos de renda fixa, com R$ 85,36 bilhões.

Mesmo com uma participação menor nas carteiras, de 8,6%, a previdência privada foi o produto mais demandado e apresentou crescimento de 27,7% no ano de 2014 para 2015, variando de R$ 5,7 bilhões em dezembro de 2009 para R$ 61,1 bilhões em dezembro de 2015. Em 2016, esta aplicação deve apresentar crescimentos de 12% a 15%.

Já os títulos públicos tiveram aumento de 62,97%, com investimentos de R$ 8,33 bilhões em dezembro de 2014 e R$ 13,57 bilhões no mesmo mês de 2015. A renda fixa, que deve continuar crescendo, registrou alta de 15,31%, em dezembro de 2014 o montante investido foi de R$ 74,03 bilhões e R$ 85,36 bilhões no mesmo mês de 2015.

No caso da renda fixa - como CDBs, letras financeiras e fundos DI (que têm baixa volatilidade e liquidez) - seu crescimento está relacionado à alta taxa de juros, registrada em 14,25%, e do ambiente com baixa visibilidade e alta volatilidade. "Em um ambiente incerto, a tendência é investir na renda fixa", afirmou João Albino, presidente do comitê do Private Banking da Anbima.

A letra financeira é considerada um bom produto por ser segura e por pagar taxas atraentes, mas o que impede um grande crescimento é a falta de liquidez desse investimento. O prazo de aplicação mínima deste produto é de dois anos, então é preciso abdicar da liberdade de resgate.

"Quanto mais volatilidade e incerteza existe, mais o cliente quer ter a liquidez, ou seja, ele está abrindo mão de rentabilidade e privilegiando liquidez porque se o cenário se alterar e o investidor não tem a possibilidade de saída, ele está mobilizado. A procura para letra de crédito agrícola (LCA) e letra de crédito imobiliário (LCI) também é grande, mas hoje tem menos geração desses produtos porque o mercado não tem disponibilidade. Para isso seria preciso gerar negócios no setor do agronegócio e imobiliário, mas no atual cenário não permite essa expansão", explicou João Albino em entrevista ao DCI.

"O varejo responde por 68,1% destes recursos, com destaque para o segmento Alta Renda, que cresceu 13,46% em 2015, na comparação com o ano anterior. No varejo alta renda, os títulos e valores mobiliários de renda fixa foram a principal destinação dos recursos, respondendo por 45,1% do total", apontou a instituição em relatório.

No caso do varejo tradicional, os fundos de renda fixa apresentaram patrimônio de R$ 80,62 bilhões em dezembro de 2014 e no mesmo mês de 2015 com R$ 95,15 bilhões, com crescimento de 18,02%. Já no segmento varejo renda alta, a renda fixa atingiu volume de R$ 163,31 bilhões em 2014, ante R$ 197,58 bilhões em 2015, uma evolução de 20,98%.

Poupança é tradição

As estatísticas de poupança, que foram incorporadas pela primeira vez, indicaram o peso desta modalidade de investimento no varejo tradicional com 64,7% dos investimentos. Apesar de ter apresentado crescimento de 0,59% de dezembro de 2014 até o mesmo mês de 2015, a tendência é de queda deste produto em todos os segmentos. No caso do varejo alta renda este ativo representa 12,6%, mas já apresentou queda de 14,94% no período de um ano.

No segmento private banking, a poupança é o investimento menos procurado com apenas 0,2% de aplicações em 2015 (R$ 1,48 bilhão) e teve queda de 21,1% em relação a dezembro de 2014 (R$ 1,88 bilhão).

 



Veículo: Jornal DCI


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