Inflação em BH chega a 0,78% em maio

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A variação na capital mineira foi a sexta maior entre as 13 localidades pesquisadas pelo IBGE




Pressionado pela variação dos preços dos itens administrados - com destaque para água e esgoto e energia elétrica - e dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) avançou em maio e atingiu a taxa de 0,78%, após subir 0,71% em abril. A variação foi a sexta maior entre as 13 áreas pesquisadas do Brasil e coincidiu com o valor apresentado pela média nacional, de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano - de janeiro a maio -, a inflação oficial acelerou 4,22% na RMBH, e em 12 meses acumulou alta de 8,31%, índice inferior à média do País, que é de 9,32%. Dos nove grupos que compõem o cálculo do IPCA, apenas três apresentaram inflação superior em maio, na comparação com abril: habitação, despesas pessoais e vestuário.

A habitação, com peso de 15,7% na região, foi, aliás, a que mais pressionou, com uma variação de 1,94%. No grupo, as maiores contribuições para a alta do IPCA vieram dos aumentos na taxa de água e esgoto, com variação de 7,72%, e da energia elétrica (3,24%). O primeiro é reflexo de parte do reajuste de 13,90%, válido desde 13 de maio, e da revisão na estrutura tarifária praticada no serviço de abastecimento de água e de esgotamento sanitário na RMBH. Já o segundo é consequência do reajuste de 3,78% na energia, vigente a partir de 28 de maio.

As despesas pessoais também apresentaram uma elevação significativa (1,29%) na região, com destaque para o cigarro, com crescimento de 10,37%, após a divulgação de nova tabela de preços no início de maio.

Analista do IBGE Minas, Antônio Braz explica que, apesar da grande influência do grupo habitação para a elevação do IPCA em maio, são os alimentos que continuam impedindo a desaceleração do índice esperada para este ano. “No próximo mês, a pressão desses reajustes deve acabar e, com isso, fica controlada a situação do grupo de habitação. Agora, o grupo de alimentação e bebidas, embora tenha tido uma variação menor na comparação com abril, possui vários itens puxando o indicador para cima, especialmente aqueles relacionados ao mercado internacional, como o açúcar”, avalia.

Categoria com maior peso no orçamento familiar – cerca de 23,08% na RMBH -, alimentação e bebidas teve alta de 1,11%. A taxa, no entanto, foi menor que a registrada em abril: 2,14%. O feijão-carioca (rajado), a batata-inglesa e a cebola foram os produtos que mais pressionaram, com altas de 12,33%, 11,57% e 15,61%, respectivamente. Também contribuíram o fubá de milho (3,16%), a farinha de trigo (2,40%) e o açúcar cristal (2,45%). Em 12 meses, a inflação acumulada no grupo de alimentos é de 13,12%.

“Os alimentos têm um peso muito expressivo para o consumidor. As pessoas compram alimentos todos os dias, então essa variação é sentida muito de perto e dá a impressão de que a inflação está pior do que realmente está. O reflexo disso é um sentimento de uma perda do poder de compra maior”, destaca Braz.

Esse é o segundo mês seguido no ano que o IPCA apresenta uma variação maior na comparação com o mês imediatamente anterior, indo na contramão da expectativa dos especialistas da tendência à desaceleração. Em janeiro, a taxa havia ficado em 1,19%, seguida por 0,99% em fevereiro e 0,49% em março, voltando a subir em abril.

“Realmente esse impacto dos alimentos não era esperado para 2016, mas vem acontecendo. Um dos motivos é o maior volume de chuvas neste ano em um período que normalmente é caracterizado pela seca, o que traz problemas ao cultivo de alguns produtos. Para os próximos meses, no entanto, a esperança é de que esses itens que dependem do clima, por exemplo, tenham variação menor, o que não deve ocorrer com os produtos voltados à exportação, que devem continuar pressionando”, afirma o analista.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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