O pacote tributário anunciado ontem pelo governo federal provocará uma perda de R$ 3,075 bilhões em impostos no ano. A prorrogação até junho dos cortes do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para caminhões, carros e caminhonetes, somada à desoneração de material de construção, redução de Imposto de Renda para indústrias da Zona Franca de Manaus, entre outras medidas, será compensada, em parte, pelo aumento de 23,5% no IPI sobre cigarros. De acordo com o subsecretário de tributação substituto da Receita Federal, Sandro de Vargas Serpa, o aumento dos tributos para indústria do tabaco renderá R$ 975 milhões ao governo este ano.
O ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, Miguel Jorge, destacou que a prorrogação do IPI das montadoras será condicionada à manutenção dos empregos por parte dos fabricantes de veículos e motos. "A alíquota menor deve estimular as vendas, de modo que o setor consiga manter empregos e a geração de renda", disse.
As centrais sindicais reivindicam novos incentivos para a indústria de máquinas, como forma de compensar a perda de vagas em um setor importante para a cadeia produtiva. "Vamos começar a pressionar mais fortemente o governo para que lance medidas para desonerar investimentos na compra de máquinas e equipamentos", afirmou Artur Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo ele, as medidas adotadas anteriormente "ainda não surtiram efeito".
Para Claudio Elias Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) as medidas governamentais trarão resultados positivos e o corte de IPI provocará impacto forte no comércio.O anúncio feito pelo ministro Guido Mantega, dará condições para a indústria automobilística planejar suas atividades. "Diante deste fato, já temos condições de projetar um mercado para este ano", afirmou Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que ainda não havia arriscado fazer uma previsão para este ano.
André Beer, consultor para a indústria automobilística e ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisa para cima os dados sobre o mercado no primeiro trimestre de 2009. "Tudo indica que as vendas domésticas vão fechar o primeiro trimestre com volume superior em relação a igual época do ano passado", afirma Beer.
Veículo: Gazeta Mercantil