Pressão de final de mês faz dólar subir

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O dólar comercial voltou a subir com força ontem, ultrapassando a barreira psicológica de R$ 2,30 pela primeira vez desde 13 de março. A moeda norte-americana acompanhou o nervosismo das bolsas internacionais e fechou em alta de 1,75%, vendida a R$ 2,332. As perdas expressivas nos mercados mundiais refletiram a maior cautela dos investidores em assumir riscos após o governo dos Estados Unidos se mostrar insatisfeito com o plano de reestruturação proposto pelas montadoras de Detroit, General Motors e Chrysler.

 

Além disso, o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, afirmou em entrevista a uma rede de televisão que existem algumas instituições que ainda necessitarão de grandes montantes de assistência. As palavras trouxeram novamente à tona os temores com o setor financeiro e o resultado foi à derrocada das ações dos bancos. Além da busca por proteção em dólar, especialistas destacam a maior pressão dos investidores carregados em posições compradas no mercado futuro da BM&F Bovespa (apostando contra o real), já que o Banco Central (BC) não acenou com a rolagem restante dos contratos de swap que vencem em primeiro de abril. Já no leilão de linha com compromisso de recompra em data futura, a autoridade monetária vendeu US$ 850 milhões.

 

Já o mercado de renda fixa deve continuar oscilando ao ritmo das divulgações de indicadores econômicos internos e externos. Ontem, os agentes financeiros repercutiram positivamente o resultado do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) que apontou deflação de 0,74% em março, bem mais forte do que o consenso de mercado, que esperava -0,35%. Também teve reflexo no mercado os dados do boletim Focus e relatório de inflação.

 

O boletim Focus trouxe mais revisões para baixo nas expectativas inflacionárias. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,42% para 4,32% neste ano. Por outro lado, o mercado financeiro cortou de 0,01% para 0,0% a estimativa para Produto Interno Bruto (PIB) para 2009. Os dados fortalecem as expectativas de que novas reduções da taxa Selic, atualmente 11,25% ao ano, devem continuar no decorrer dos próximos meses. Na BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2010, o mais negociado, apontou juro de 9,73%, ante 9,82% do ajuste anterior.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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