Focus: analistas reduzem previsão de inflação de 2016 e 2017

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IPCA deve encerrar o ano em 7,04%; projeção para taxa de juros é mantida inalterada




RIO - Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central reduziram a previsão para a inflação deste ano e do próximo. De acordo com o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar dezembro em 7,04%. Na semana passada, a previsão era de que a taxa ficasse em 7,23%. Já para o ano que vem a redução foi mais modesta, de 0,01 ponto percentual, a 5,06%.

A quarta melhora seguida na expectativa de inflação não contempla ainda o resultado do IPCA de setembro, divulgado na sexta-feira pelo IBGE, já que a pesquisa é fechada pelo BC no mesmo dia. A taxa de 0,08% foi a menor para o mês desde 1998, quando registrou deflação de 0,22%. Considerando todos os meses, o IPCA de setembro é o menor desde julho de 2014, quando o índice ficou em 0,01%. Em 12 meses até setembro, a alta acumulada caiu para 8,48%, leitura mais baixa desde maio de 2015.

Se o IPCA de fato fechar 2016 neste patamar será a segunda vez seguida que ficará acima do teto da meta estabelecida pelo governo. O objetivo do BC é que a taxa este ano fique em 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo. Em 2015, a inflação ficou em 10,67%.

Para o ano que vem, os analistas preveem no Focus desta semana uma taxa de inflação de 5,06%, abaixo do 5,07% indicado na semana passada. A meta de inflação em 2017 também é de 4,5%, mas a variação tolerada é menor, de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O BC prevê que o IPCA fique abaixo desse limite no ano que vem, segundo o relatório de inflação divulgado na semana retrasada — o primeiro após a troca de comando na autarquia, hoje presidida por Ilan Goldfajn. A expectativa da autoridade monetária é que o índice oficial encerre 2017 em 4,4%.

No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, os analistas mantiveram pela oitava semana consecutiva a expectativa de que a taxa básica de juros termine este ano em 13,75%. Desde julho do ano passado, a taxa está em 14,25% ao ano. Para o ano que vem, a previsão de Selic a 11% ao ano foi mantida inalterada pela quinta semana seguida.

Já o desempenho da economia previsto para este ano sofreu leve alteração para pior. Os analistas preveem um tombo de 3,15% em vez dos 3,14% da semana anterior. Para o ano que vem, a previsão da semana passada também foi mantida: o PIB deve crescer 1,30%.

A cotação do dólar frente ao real no fim deste ano ficou inalterada em R$ 3,25. Para dezembro de 2017, o câmbio foi reduzido de R$ 3,45 para R$ 3,40.



Veículo: O Globo - RJ


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