Consumidores ainda têm renda comprometida com dívidas, aponta CDL Recife

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De acordo com a entidade, 38% dos endividados têm entre 31% e 50% do orçamento destinado ao pagamento de débitos, apesar de apresentarem melhor noção do seu orçamento

 



Entre os dias 12 e 16 de setembro, a Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife) realizou sua pesquisa de Perfil de Inadimplência. A entidade ouviu 418 consumidores inadimplentes de ambos os gêneros, acima de 18 anos, de todas as classes sociais e moradores do Recife ou Região Metropolitana.

O estudo revelou um fato que não ocorria desde o mês de dezembro de 2013: a maioria dos consumidores entrevistados sabe o quanto de sua renda está comprometida com pagamento de dívidas. De acordo com o levantamento, 38% afirmaram que entre 31% e 50% de sua renda estão destinados a quitar débitos; 22,7% dos negativados têm entre 51% e 80% de sua renda comprometida em função de dívidas; e apenas 3,8% não têm noção do percentual comprometido.

“Mesmo que esse dado demonstre a preocupação do consumidor inadimplente em entender e calcular os seus débitos, ainda é alarmante ver que as pessoas comprometem sua renda com este fim muito mais que o percentual recomendado, ou seja, de 30%”, comenta o presidente da CDL Recife, Eduardo Catão, em nota.

Os débitos referentes a cartão de crédito + cartão de loja permanecem como os mais citados entre os negativados. Somam 50% do total. Outra modalidade de crédito bastante mencionada foi a inadimplência em carnê de loja, que cresceu 11,4% em relação a abril, chegando a 13,4%. Desde abril de 2013, o desemprego não se configurava como a maior causa da inadimplência. Passou de 28%, em setembro de 2015, para 24,3%, em abril, e agora são 33,7%. A “falta de planejamento/descontrole” vem logo em seguida como o grande vilão na hora de honrar as dívidas, com 21,1%. Outro vilão que tem crescido nos últimos meses é a diminuição da renda, que passou de 5% em setembro do ano passado para 17,7% nesta edição da pesquisa. “Esses resultados indicam claramente que a persistência do desemprego e a diminuição da renda dos consumidores impactam diretamente sobre sua capacidade de pagamento”, explica Eduardo.

O índice de consumidores que já estiveram negativados ao menos uma vez cresceu consideravelmente. Esse público representa 85,2% do total, o que mostra um aumento de 37,4% comparado ao mesmo período do ano passado. Esse dado reforça a percepção de que o atual cenário econômico tem levado muitos consumidores a ficarem em situação de inadimplência de forma recorrente.

Quando questionados sobre como pretendem pagar as contas em atraso, 87,9% informaram que pretendem procurar o credor das dívidas para fazer um acordo, parcelar o valor em débito e, assim, regularizar sua situação. Esse número é 29,9 % maior que o registrado em abril. Cresceu, também, tanto na comparação anual quanto comparado a abril, o número daqueles que se verão obrigados a cortar gastos domésticos, lazer, objetos pessoais (33,9%) e fazer trabalhos extras (20,2%) para conseguir honrar suas obrigações financeiras.



Veículo: Diário de Pernambuco


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