Pesquisa da FCDL de Minas Gerais apurou ainda que o aumento médio, em relação a 2015, foi de 27%
Mais da metade dos lojistas de Minas Gerais viram as vendas aumentar no Dia das Crianças. Em pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), 67% dos empresários afirmaram ter comercializado mais produtos na comparação com a mesma data no ano anterior. Nesse grupo, o incremento médio observado foi de 27%. O tíquete médio no Estado, segundo o relatório, ficou em R$ 250.
Em contrapartida, 27% dos comerciantes entrevistados relataram queda na comercialização, que foi em torno de 25% frente a 2015. Analista de economia da FCDL-MG, Vinícius Carlos explica que as regiões com menor renda per capita foram as que tiveram o pior desempenho, com as vendas variando entre R$ 50 e R$ 100. O levantamento foi feito entre empresários dos ramos de brinquedos, vestuário, eletrônicos e gêneros alimentícios. A data foi indiferente para 6%.
Para estimular os consumidores a deixarem de lado o comportamento mais contido e irem às compras, os lojistas investiram em ações diversas, como promoções, extensão do prazo de pagamento em várias parcelas, brindes e muita divulgação. Os estabelecimentos situados em shopping centers e grandes centros comerciais ainda contaram com os quesitos segurança e aumento do fluxo no feriado como vantagem para potencializar o comércio.
“O lojista está bem ciente do que está acontecendo e buscando melhores ferramentas para mitigar esses efeitos (da crise), como promoções e dilatação dos prazos, o que é muito importante neste momento, porque o consumidor está com a renda bastante comprometida. Com essa ampliação do prazo, o lojista pode evitar, muitas vezes, a perda de uma venda”, avalia Vinícius Carlos.
Ainda cautelosos quanto ao cenário de crise econômica que persiste no País, os consumidores optaram por presentear com itens mais essenciais ao dia a dia, como roupas, artigos mais duráveis de utilização no cotidiano, entre outros, em vez dos desejados brinquedos. A possibilidade de dividir a conta em mais vezes acabou fazendo a diferença para o faturamento do varejo.
“É uma estratégia muito criativa, inovadora. É você ler o mercado e ver que o consumidor está inadimplente, mas que você precisa de uma saída para manter a sobrevivência do negócio. Então, tem de encontrar soluções em um mercado recessivo, para conseguir ir adiante”, completa o especialista.
Crise econômica, inflação e cautela do consumidor foram, segundo os entrevistados, os principais fatores que contribuíram negativamente para as vendas no Dia das Crianças. No momento da compra, pesaram contra os mineiros questões como endividamento, inadimplência, preocupações com o futuro e o destino do 13º salário.
O analista de economia da FCDL-MG destaca que, para o comércio, de modo geral, o 12 de outubro é uma excelente oportunidade de se avaliar o mercado e buscar alternativas para melhorar as vendas de fim de ano, principalmente no atual momento econômico vivenciado pelo Brasil.
“O Dia das Crianças é um termômetro para o Natal. Na data, os lojistas podem testar estratégias, produtos, para que no Natal possam aplicar isso de modo mais concreto. Com certeza, é um período para se avaliar o que deu certo e melhorar isso. É a hora de fortalecer os pontos fortes”, conclui.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas