Pesquisa semanal do BC indica que ainda existe expectativa de alta de 1,75 ponto na taxa Selic este ano
Apesar das três elevações na taxa de juros promovidas pelo Banco Central desde abril, o mercado financeiro ainda não modificou sua previsão de inflação para 2009. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do próximo ano manteve-se pela sétima semana seguida em 5% - acima do centro da meta, de 4,5%.
Os dados são da pesquisa semanal Focus, feita pelo BC entre analistas de bancos e corretoras. Fazer a inflação convergir para o centro da meta em 2009 é objetivo declarado da autoridade monetária. A expectativa de IPCA para este ano, contudo, caiu de 6,34% para 6,32%, na quinta redução seguida da previsão para esse indicador.
O mercado enxerga também atividade mais fraca no próximo ano, o que pode ser atribuído em boa parte ao aumento dos juros, ao lado de fatores como recessão mundial e enfraquecimento da balança comercial.
Na pesquisa, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)caiu pela quarta semana consecutiva, de 3,65% para 3,6%. Há pouco mais de um mês, no fim de julho, a aposta era de 4%. Para 2008, a estimativa para o PIB permaneceu em 4,8% pela décima primeira semana seguida.
Desde abril, a taxa Selic aumentou 1,75 ponto e atualmente está em 13% ao ano. Na visão do mercado, o juro deve terminar o ano em 14,75%, o que indica a aposta de novas altas equivalentes a 1,75 ponto até o fim de 2008. Até lá, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem três reuniões: na próxima semana, no fim de outubro e no início de dezembro.
Para 2009, analistas crêem em um início de desaperto monetário. Na visão do mercado, a Selic deve cair 0,75 ponto no decorrer do próximo ano, para terminar dezembro em 14%.
A expectativa de juro em alta não tem sido suficiente para segurar o dólar. Mesmo com a expectativa de atração de capital estrangeiro diante da Selic elevada, analistas sobem há três semanas a aposta para a cotação da moeda americana.
Para o fim de 2008, a previsão passou de R$ 1,62 para R$ 1,63. Para 2009, analistas esperam subida de R$ 0,10, para R$ 1,73, ante R$ 1,72 da semana passada. A alta ocorre como reflexo da piora dos números das contas externas. Na visão dos analistas, o aumento das importações e redução das exportações devem pressionar para cima a moeda americana.
Veículo: O Estado de S.Paulo