Parceria com varejo impulsiona seguradoras

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As seguradoras que atuam no Brasil tiveram bons resultados em 2008, salvo exceções provocadas pelas tragédias em Santa Catarina e em Minas Gerais. Mas algumas, que tinham forte atuação no ramo corporativo, começam a pôr em prática alternativas para compensar as dificuldades trazidas pela desaceleração da economia no quarto trimestre do ano passado e nos três primeiros meses de 2009. O Grupo RSA, antes conhecido como Royal & Sun Alliance, é um dos exemplos desse novo cenário no mercado.

 

A companhia, que até o ano passado tinha seus negócios voltados principalmente para seguros de transporte e engenharia, criou uma área para atuar no varejo por meio de parcerias com grandes redes de eletrônicos e também contra perda e roubo de cartão de crédito. "Já fechamos algumas parcerias, com a rede Ponto Frio, por exemplo, para seguros de bens duráveis", conta Thomas Batt, diretor executivo da RSA no Brasil.

 

Para este ano, Batt espera que o segmento voltado a pessoa física já represente pelo menos 10% dos prêmios totais apurados pela seguradora. Para isso, a RSA quer atuar também com seguro de automóveis. "Mas para isso, vamos partir para aquisição. Não posso adiantar mais detalhes, mas já estamos em negociações para pôr este plano em prática." Este segmento é um dos mais competitivos no setor de seguros. O Banco do Brasil já anunciou que fará uma reestruturação em sua área de seguros, e um dos principais focos do gigante financeiro, de acordo com fontes do mercado, é ampliar sua atuação exatamente no segmento de carros.

 

Mas Batt aposta na estrutura oferecida pelo grupo RSA. O balanço consolidado de suas operações mundiais em 2008, o grupo registrou prêmios de 6,5 bilhões de libras esterlinas (US$ 9,2 bilhões) em 2008, 11% acima do prêmio em 2007, e lucro antes de impostos de 759 milhões de libras esterlinas (US$ 1,1 bilhão), um incremento de 13%. Com desempenho econômico rentável e sustentável, o índice combinado da Companhia ficou praticamente estável em 94,5%.

 

No Brasil, seguindo a rota de crescimento dos últimos anos nos segmentos em que atua, a Companhia registrou R$ 331 milhões em prêmios emitidos, com uma expansão de 12% em relação ao ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 6,7 milhões, resultado 6% acima do registrado em 2007 e o índice de sinistralidade ficou dois pontos abaixo da do ano anterior, fechando 2008 em 48%, abaixo da média de mercado. A companhia apresentou crescimento em todas as carteiras de seguro, principalmente em transportes, com forte expansão: 8%, de R$ 127 milhões para R$ 137 milhões. No ramo de Engenharia, a seguradora também obteve excelente desempenho com crescimento em prêmios retidos de 33% em relação ao ano anterior, se posicionando entre as sete principais empresas neste segmento.

 

Uma outra seguradora de menor porte no Brasil, que aposta principalmente em seguros de automóveis, é a HDI. O balanço de 2008 mostra que a empresa, pertencente ao grupo alemão Talanx, faturou no ano passado R$ 1,033 bilhão em prêmios emitidos líquidos, o que representa um crescimento de 20,9% em relação ao ano anterior. Em 2008, a companhia atingiu a marca de 920 mil automóveis segurados - 15,6% mais do que a frota registrada no ano anterior.

 

O presidente da HDI Seguros no Brasil, João Francisco Borges da Costa, credita boa parte do crescimento da companhia ao plano de expansão colocado em prática ao longo de 2008, quando foram inauguradas 10 novas filiais e quatro novas centrais Bate-Pronto (centrais de atendimento ágil para casos de sinistro). Com essas novas operações, a HDI encerrou 2008 com 54 filiais e escritórios, além de 23 Bate-Prontos, consolidando sua atuação nas principais cidades do Brasil.

 

E as perspectivas para o mercado este ano, apesar da crise, são boas. O diretor-geral da Bradesco Seguros e Previdência, Samuel Monteiro dos Santos, espera que o crescimento da empresa fique entre 7% e 10% neste ano, ante 9,2% em 2008. Essa expansão refere-se ao total de prêmios vendidos no decorrer do exercício chegou a R$ 23,149 bilhões.

 

De acordo com o executivo, esse desempenho deverá ser alcançado mesmo com a desaceleração da economia. Isso porque a companhia está com níveis adequados de provisões para lidar com uma possível redução das receitas e com os sinistros de seguros já contratados. "Não dá para contar com novas receitas para seguros que já foram contratados. Quem fez as provisões de forma correta não terá problema."

 

O braço segurador do grupo Bradesco terminou 2008 com R$ 64,587 bilhões em provisões técnicas de seguros, vida e previdência e capitalização, valor 10,4% superior ao registrado no ano anterior. Esse setor gerou lucro de R$ 2,648 bilhões, um crescimento de 12,4% na comparação anual, equivalente a 35% do resultado recorrente do grupo no ano passado. Em 2007, o braço segurador foi responsável por 31% do lucro do grupo. Segundo Santos, esse crescimento ocorreu porque o foco da seguradora está no atendimento aos clientes do banco.

 

Empresas do setor, como a RSA, adotam uma atuação mais forte no varejo a fim de driblar efeitos da crise nas empresas brasileiras.

 

Veículo: DCI


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