Migração para produto barato é tendência global

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A migração dos consumidores para produtos mais baratos e marcas próprias das lojas passou a ser global, com o aprofundamento da crise econômica.

 

Uma nova pesquisa da Nielsen sobre o comportamento do consumidor em 11 das maiores economias do mundo constatou uma mudança consistente no comportamento das pessoas logo depois que a economia do país entra em declínio.
"Os consumidores podem ser bastante graduais em sua mudança de comportamento", diz James Russo, o vice-presidente de marketing da Nielsen. "Mas o que essa recessão nos mostrou é que os consumidores estão fazendo mudanças rapidamente."

 

A Nielsen planeja divulgar hoje a primeira edição de seu termômetro mundial do comportamento do consumidor. A empresa de pesquisa já acompanha tendências de consumo ao redor do mundo. Sua mais recente iniciativa é a primeira a fornecer um quadro único, abrangente, dessas tendências ao redor do mundo com base em seus dados de varejistas, painéis de consumidores e contatos locais.

 

O estudo acompanha mudanças em 11 dos 12 países com maior produção econômica: Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Rússia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.

 

A Nielsen planeja atualizar os dados mensalmente para avaliar mudanças dos consumidores em termos de confiança, gastos, hábitos de compras e usar as promoções para identificar mudanças de comportamento, afirmou Russo.

 

A primeira divulgação cobre o período até janeiro e mostra os consumidores dos EUA, Alemanha e Espanha sob forte pressão. A Espanha, cuja economia foi duramente atingida pela crise, mostrou uma mudança particularmente acentuada entre dezembro e janeiro, com os consumidores rapidamente migrando para marcas próprias de lojas à medida que a recessão piorava.

 

Mundialmente, o estudo constatou que os consumidores estão reduzindo as compras, migrando para marcas de lojas e usando mais promoções, um reflexo do enfraquecimento da confiança. Eles também mostraram sinais de diminuição do número de visitas às lojas, mostrando sinais "moderados" de estocar os produtos de que precisam.

 

"O que foi interessante é a uniformidade de comportamento ao longo dos países", diz Russo. "Essa consistência em seu comportamento realmente reflete o fato de essas economias serem muito interligadas."

 

Com muitos países seguindo os EUA para a recessão, os resultados de janeiro ofereceram um sinal de esperança: os consumidores americanos aumentaram o número de visitas às lojas em 1,5% durante o mês, revertendo uma tendência de redução que durava seis meses.

 

Veículo: Valor Econômico


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